sábado, 28 de março de 2015

Ritual ou primavera

Conheço uma árvore que todos os anos repete o mesmo ritual.
As suas folhas desistem de se agarrar a ela e deixam-se cair, ou será que se libertam e passam a desfrutar livremente do vento? 
A imagem da árvore que é a simples ramos e tronco, com saudades e frio, começa a crescer à procura das folhas, mas como nada acontece, ela vê-se obrigada a passar um inverno assim, despida de um pedaço de si e à procura. 
Parece atravessar o deserto, como se de uma quaresma se tratasse.
Quando aparece o calor e uma nova luz, o tronco e os ramos abandonam-se à natureza, deixando-se conduzir por ela, que os presenteia com novas folhas, mais verdes e fortes que nunca.
Todos os anos este ritual trás uma nova esperança, que passa por crescer, ficar mais forte e ganhar uma vida transformada e transformadora.
As árvores ficam despidas de si, mas só assim darão espaço para a novidade que é a primavera da vida. 
E há sempre uma primavera ... oportunidade para viver de novo.
Até já!

quinta-feira, 26 de março de 2015

Obstáculos



Esconde-te atrás do que quiseres, mas nunca atrás de um obstáculo, só depois de o enfrentares ele deixará de existir. 

E quando o obstáculo parece querer levar a melhor, há uma coisa que se chama "esperança", a crença das crenças.


Até já!

sexta-feira, 20 de março de 2015

Pessoa que és



- Gostas da pessoas que és?
- Não, gosto da pessoa em que me transformei.

Até já!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Amor ... só quando dele tiramos o tudo, não ficamos sem nada

Apesar de me julgar incapaz de falar desta grande dimensão que é o amor humano, o amor que tão depressa nos faz crescer como mingar, não consigo deixar de dissertar sobre ele. 
Talvez o faça para o perceber melhor.
Mas cá vai.

Não é o amor que nos trama, mas o caminho que se faz para o encontrar. Mais difícil ainda é permanecer nele.
São caminhos trilhados com o que de melhor há em nós. 
Nele depositamos tudo ou nada, com ele sentimos tudo ou nada, é um sentimento em que se “mata ou morre”, mas só quando dele tiramos o tudo, não ficamos sem nada.

Dizem que a vida é madrasta, mas nem todas as que conheço são más. 
Quem é amado sente-se adotado e sugado da solidão de se viver constantemente à procura de ser chamado ao amor e vivê-lo por completo, com entrega e transformando o coração na nossa casa.

Esta casa de que falo tem muitos compartimentos, e todos eles são um lugar aberto para acolher, mas por vezes não somos capazes de fechar a porta e permanecer nele com quem lá entra. Por outro lado, há quem lá entre, mas não consiga ficar fechado nele.
Para abraçar não é preciso apenas estar com os braços abertos para acolher, temos de saber quando os fechar e como permanecer neste estado de comunhão. 



O amor também é assim, acolher não chega.
Errar nesta procura são as pedras da calçada, são os buracos do caminho, são as muralhas que temos de contornar, e é graças a eles que somos colocados no trilho certo, mesmo parecendo que não devíamos ter vivido aquele momento ou que o teríamos de o ter vivido de outra maneira.

Claro que neste caminhar pode existir a dor, mas não será ela que nos torna mais fortes? Respeitar o outro, parece-me ser o segredo para que a dor seja convertida em experiência. Além disso, mais vale viver um pouco ferido, do que viver uma mentira.
É o amor que nos faz andar. Apesar de acreditar nisso, por vezes fica-se acomodado, nem sempre se vai à procura só porque ... sim.

Até já! (Já editado há muito, mas só hoje publicado)

Será este um dos segredos do S. José?

As preocupações devem ser tão grandes ... é só reparar no lençol de papel que está por baixo do S. José. Apesar disso, aparenta ser um sono tranquilo.


Até já!

quarta-feira, 18 de março de 2015

I had a dream ... pétalas

Esta noite eu tive um sonho.
Nele cruzei-me com um velho sábio que guardava religiosamente um frasco cheio de cor. Do frasco saía um cheiro perfumado que parecia encantar os sentidos.
Olhei mais de perto e eram pétalas o que o frasco continha.

Fiquei curiosa e quis saber porque tão sábio homem guardava aquilo como se de uma relíquia se tratasse. Perguntei-lhe porque o fazia.
Ao que me respondeu que, em tempos havia conhecido uma árvore de fruto que gostava que a chamassem Anaíd, não por vaidade, mas por ser diferente de todas as outras. Ela era gigantesca e dava os mais doces frutos do vale. Tinha uma pequena zeladora que lhe dava atenção.
Era uma criança que todos os dias, ao regressar da escola, a apreciava e se deixava tocar pela beleza de tamanha árvore. 
Adorava cada estação do ano, o verão era o que essa criança mais gostava, pois Anaíd oferecia-lhe frutos deliciosos, mas era na primavera, quando a Anaíd deixava cair as suas pétalas, que essa criança as recolhia e as guardava naquele frasco. 

Porque fazia isso a criança? Voltei a perguntar ao sábio. 
Simples, essa criança guardava cada pétala porque no outono e no inverno tinha saudades das suas cores e, assim, sempre que as sentisse, abria o frasco e deixava-se reencantar pelas suas cores, sonhando com o verão seguinte e com os doces frutos que ela lhe oferecia.
Essa criança sabia que o momento menos belo da natureza era o responsável pelo momento mais belo da Anaíd.
O velho sábio simplesmente era o guardião de ... (e acordei).

Até já!