quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O importante não é o NORTE, mas o sentido que ele dá

Um dia um anjo recebeu uma bússola, não sabia o que fazer com ela nem porque alguém o tinha presenteado com tal objeto. Seguiu viagem e foi voando de nuvem em nuvem, de coração em coração, vagueando no espaço e no tempo. Na realidade não se sentia bem em lado algum, talvez nem soubesse o que procurar, nem onde ficar. Se havia palavra que perdera sentido era "regressar", pois estava sem chão e apenas lhe apetecia voar, viajar, galgar montanhas e colinas.
Nesta viagem há um momento em que se depara com uma muralha, tão grande que não podia passar por cima, tão larga que não conseguia contorná-la. Sem saber o que fazer, decide dar alguns passos atrás e pegar na bússola, repara que ela teima indicar uma direção, é aí que junta o Norte ao sentido da muralha e percebe que há outras direções para descobrir.
 
O anjo decide arriscar e procura aquilo que não sabia que tinha que encontrar nas outras direções. Percebe que o importante não é o Norte, mas o sentido que ele dá à vida de cada anjo, já que apresenta novos caminhos e alternativas. Seguiu viagem e nela encontrou razões para ser feliz e "regressar".
 
Uma coisa é certa, todas as bússolas indicam o norte, mas nenhuma sabe o caminho, apenas o sentido, quem a tem na mão é que tem que saber o que fazer com ela.
 
Será que a procura é assim tão importante? Talvez, mas torna-se fundamental tomar consciência "do" sentido, só assim se pode encontrar o que a nós está "destinado", o AMOR.
 
 
 
Até já! E boa viagem.
 
 
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domingo, 19 de agosto de 2012

Sombra



O sol brilhava bem forte e o céu permanecia limpo, mas aquela luz, quando olhada de frente, cegava, fazia com que eu não fixasse o olhar e o desviasse constantemente. Resolvi dar meia volta, foi aí que me cruzei com um cavalo que já tinha olhado dezenas de vezes, mas só naquele momento o tinha visto de facto. Decidi completar a "meia volta" e fazer o caminho inverso, percebi que a minha sombra ia à minha frente abrindo caminho.
Foi então que a entendi como uma presença fundamental na minha vida. A luz, tal como os obstáculos, quando diante de mim pode cegar-me e paralisar-me, mas a sombra permanece atrás de mim, sem que eu a veja e sinta, mas está lá a empurrar-me para seguir em frente.
Quando volto atrás, e fujo do problema, também essa força fundamental está comigo, mas desta vez à minha frente, para que eu entenda que nunca farei o caminho sozinha. Neste percurso terei a possibilidade de "ver" aquilo para que sempre "olhei", só que desta vez com o coração.

Embora a luz de um obstáculo nos possa cegar, só ela é capaz de nos fazer sentir a presença de algo maior e descobrir as maravilhas que nos rodeiam.

Até já.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Devolver a face ao outro

Enquanto procuro escutar o que o silêncio me quer dizer, vejo alguém a desenhar um rosto, é então que percebo que o silêncio serve para conhecer o meu rosto humano e o outro, o espiritual, aquele que me transporta a uma paz interior inexplicável.

A ultima semana fez-me descobrir os rostos humanos e procurar as palavras que os olhos querem transmitir, está a ser um caminho muito interessante. O desafio está em devolver a face aos outros, o que só é possível se nos olharmos nos olhos.

Até já.