Havia uma colina habitada por uma grande variedade de árvores de fruto, uma delas era uma árvore muito triste, pois sempre que olhava para o seu lado via árvores, da mesma família, muito maiores e muito mais fortes do que ela.
A pequena árvore entristecia-se sempre que olhava para a grandiosidade das outras, por isso, todas as noites desejava que o tempo passasse depressa para que ela pudesse crescer e alcançar o céu. Mas este pedido parecia cair em vão, pois todos os anos o seu zelador lhe cortava os ramos, lhe remexia a terra e "catava" os insetos que nela passeavam.
Todos os anos a árvore dava muitos frutos, mas não crescia como as outras.
Com o passar das estações as árvores foram desaparecendo, embora fossem grandes, não davam frutos com qualidade e, apesar de longas raízes, pouco custou arrancá-las da terra.
Certo dia a pequena árvore desabafou com uma joaninha que por ali ia a passar e nos seus ramos decidiu descansar.
A joaninha disse-lhe que a árvore tinha muita sorte em ter um zelador como aquele, embora não entendesse as razões que o levavam a fazer as coisas que fazia.
Ela lembrou que a árvore era muito parecida com os Homens, pois eles existem para ser felizes e a árvore vivia para dar frutos e, tal como os Homens têm problemas, dúvidas e angústias, que se alimentam deles, a árvore tinha parasitas, por isso o zelador cuidava dela com amor.
O mesmo acontece com os Homens que têm um zelador que lhes cuida da terra e lhes prepara o caminho, mesmo que eles não o entendam, é para que possam dar bons frutos e ter raízes muito fortes.
Desde esse dia a árvore passou a respeitar zelador e a amá-lo desde o fundo das suas raízes.
Até já.