Enquanto se vivem umas JMJ parece que se sai do mundo, dá a sensação que ele pára e que nada de mal acontece.
Tudo nos fala de Deus, de amor, alegria, generosidade, acolhimento e, nesse diálogo, surge Jesus.
Sair de uma cidade assim é algo indescritível.
Voltar a fazer parte do mundo torna-nos passageiros mais atentos. Em cada coisa se procura encontrar um pedacinho do que aqueles dias ofereceram, mas teimamos em preferir o original à imitação.
À medida que fazemos km's de regresso a casa vamos vendo a desaparecer as bandeiras, a festa nas ruas, as igrejas cheias, os sorrisos, as conversas que surgem como cerejas, vão, ainda, escasseando as mochilas amarelas, vermelhas ou azuis, bem como os braços carregados de pulseiras. Já ninguém anda com um cartão ao pescoço ou partilha do colorido das capas de chuva. No entanto, como se de uma necessidade humana se tratasse, insiste-se em encontrar sinais desta experiência em todo o lado, principalmente fora de nós, que tivemos a graça de a viver.
Mas para quê procurar tão longe?
Nós somos o pedacinho da JMJ que o mundo precisa de descobrir, e não o inverso. Se até agora recebemos, é tempo de dar e devolver aos que nos rodeiam, e esperam, o olhar de Jesus. Sim, porque cada um de nós conquistou um olhar renovado que brota do coração.
Quando nos despedimos dos lugares, não nos despedimos de Deus, bem pelo contrário, comprometemo-nos com Ele. E onde? No espaço que habitamos, tornando a alegria da Sua presença, através de nós, um hábito.
Ao sair de Cracóvia sou presenteada por uma última imagem, São João Paulo II que me fala ao coração desde uma parede. Passam-me pela cabeça alguns momentos destas semanas e é num olhar que me detenho. O do Papa Francisco, que transmitia muita serenidade, mas também alguma preocupação.
Estou grata por esta jornada colocando-me já a caminho de outra um pouco diferente. Como uma amiga me disse, "primeiro servir o Senhor, depois descansar no Senhor".
Até já!