Esta noite eu tive um sonho.
Nele cruzei-me com um velho sábio que guardava religiosamente um frasco cheio de cor. Do frasco saía um cheiro perfumado que parecia encantar os sentidos.
Olhei mais de perto e eram pétalas o que o frasco continha.
Fiquei curiosa e quis saber porque tão sábio homem guardava aquilo como se de uma relíquia se tratasse. Perguntei-lhe porque o fazia.
Ao que me respondeu que, em tempos havia conhecido uma árvore de fruto que gostava que a chamassem Anaíd, não por vaidade, mas por ser diferente de todas as outras. Ela era gigantesca e dava os mais doces frutos do vale. Tinha uma pequena zeladora que lhe dava atenção.
Era uma criança que todos os dias, ao regressar da escola, a apreciava e se deixava tocar pela beleza de tamanha árvore.
Adorava cada estação do ano, o verão era o que essa criança mais gostava, pois Anaíd oferecia-lhe frutos deliciosos, mas era na primavera, quando a Anaíd deixava cair as suas pétalas, que essa criança as recolhia e as guardava naquele frasco.
Porque fazia isso a criança? Voltei a perguntar ao sábio.
Simples, essa criança guardava cada pétala porque no outono e no inverno tinha saudades das suas cores e, assim, sempre que as sentisse, abria o frasco e deixava-se reencantar pelas suas cores, sonhando com o verão seguinte e com os doces frutos que ela lhe oferecia.
Essa criança sabia que o momento menos belo da natureza era o responsável pelo momento mais belo da Anaíd.
O velho sábio simplesmente era o guardião de ... (e acordei).
Até já!
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