terça-feira, 8 de março de 2016

Pedagogia do amor - Taizé

É fantástico como todos os Icons nos falam de amor. Daquele amor de querer o bem do outro.
São muitos os que se podem rezar na igreja de Taizé, mas fico retida no da Misericórdia. Nele é retratada a Parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 30-37)
Olhar para aquela Parábola e rezar aquela história, deixa-me maravilhada. A pedagogia que Jesus utiliza é tão cheia de mistério. 
Jesus usa e abusa da pedagogia do amor, sim do amor que é querer o bem do outro. Para além desta, Jesus deixa abundar a pedagogia do olhar. Nesta história, o Samaritano reveste-se do olhar de Jesus e é tão o Seu rosto.
Olho à minha volta e entro na cena. Aí me perco!
Ao contemplar aquelas imagens revejo-me em tantas delas. Já estive caída, já fui Sacerdote e Levita. E Samaritano? Samaritano também, mas não tantas vezes quantas podia ter sido.
É neste momento que me detenho em tudo o que acontece à minha volta e no barulho provocado por tantos passares ao lado, de tantos fazer vista grossa, de tantos seguir em frente ignorando o outro e fazendo-o sentir-se inferior, de tanta indiferença.
A questão, "e quem é o meu próximo?", dá lugar a uma outra, o que faço ao meu próximo? O que fazemos ao nosso próximo? 
É tão fácil apontar erros aos outros e distanciar-se do gesto do Samaritano que vive aquela história, olhando o outro nos olhos e acolhendo-o num abraço. Como se não bastasse, ainda cuida dele. 
Todos nós somos feitos de remendos, erramos e não é pouco. Quantas vezes nada fazemos para tornar a vida de quem se cruza connosco um bocadinho melhor.  Então a cena repete-se. Qual cena? A de passar ao lado, de fazer vista grossa, de seguir em frente ignorando o outro e fazendo-o sentir-se inferior, aquela cena da indiferença.

Não chega conhecer, é preciso fazer abundar a pedagogia de Jesus, a que nos convida a olhar, a abraçar, a acolher, a cuidar e a amar. 
Amar como? Querendo o bem do meu próximo.
.

Até já! Quantos não deveriam ter passado por nós e, em vez de apontar o erro, o nosso erro, nos tivessem olhado nos olhos e abraçado? Talvez hoje fossemos um bocadinho melhores.

Sem comentários:

Enviar um comentário