quarta-feira, 2 de março de 2016

Viver da força do perdão - Taizé

Quaresma, conversão e Evangelho. Eis as três palavras que surgem do pó, nesta quarta-feira de cinzas.
É verdade que vêm com três semanas de atraso, mas as palavas quaresma, conversão e Evangelho, permanecem, ou pelo menos deviam permanecer, bem presentes na memória de cada um.

Com as palavras "Convertei-vos e crede no Evangelho", cada um se deixa marcar por uma cruz de pó. Sim, é uma marca de cinzas que fica, para que cada um se lembre que aquele momento convida a viver a quaresma como uma transformação interior, como uma conversão do coração.
Que conversão é esta?
Uma conversão que provenha da abstinência de atos egoístas e do fechamento em si, e se passe a refletir no acolhimento do outro.
Uma transformação que resulte, tal como Papa Francisco lembra, de um jejum de pessimismo, de palavras negativas, de descontentamento e de raiva.
Uma mudança que brote do coração e jorre atos de amor.
"Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás", mas se ao pó chamares amor, então, cada um é convidado a lembrar-se que é amor e que ao amor voltará, porque, tal como o pó, o amor é frágil, e é na fragilidade humana que cada um deixa transparecer as mudanças que precisa deixar acontecer para ser feliz.
Esta marca de pó abre o coração ao perdão e ao que de melhor cada um tem. Quaresma são quarenta dias de um caminho, por vezes penoso, que ajuda a centrar-se no essencial, ou seja, no amor.

Para além da imposição das cinzas, desta noite destaca-se a cruz que cada um desenha na mão do outro e que o outro desenha na mão de cada um. É um simples sinal com valor simbólico extraordinário, já que propõe a cada um que acrescente ao seu projeto de vida um compromisso de viver da força do perdão.

Aquela cruz foi um momento de acolhimento no coração do outro, algo que só é possível pelo amor que o Evangelho anuncia.
Assim, de uma noite feita de símbolos, sinais e gestos, nunca é demais recordar, que este dia desafia a uma conversão ao amor.

Até já! (Essa cruz na mão, pode querer dizer que o amor é exigente e se revela em ações concretas.) 

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