sábado, 28 de agosto de 2010

Tele"tempo"

De impressionante não tem nada ... mas dá que pensar.

Cheguei à conclusão que, em média, em 365 dias estou 10 ao telemóvel ... (e eu que costumo ser bem breve nas chamadas que faço) ... não contabilizando as milhares de sms que envio e recebo.

O dito objecto tornou-se muito imprescindivel para nós, passamos muito do nosso tempo agarrados a ele e dele fazemos depender uma data de acções e de tomadas de decisão, estamos sempre à espera que toque e que traga uma boa nova ... muitas vezes evita-nos troca de olhares constrangedores, ... quando estamos sozinhos num café ou num dentista, damos connosco a observar o seu ecran, como se estivessemos a tratar de algo muito importante... as suas teclas evitam-nos umas quantas deslocações e até desencontros... Quando ficamos sem rede, parece que ficamos sem chão, como se a nossa vida dependesse daquela máquina.

Mas ... há sempre um "mas"... vivemos num momento do Tele"tempo", as novas tecnologias levam-nos ao "colo", fomos plenamente conquistados por elas, ... se por um lado tornam o "tempo" mais curto e as distâncias geográficas deixaram de existir, por outro, podem transformar as nossas conversas em momentos menos valiosos e mais impessoais... quantas vezes não mandamos uma sms para dar os parabéns a um amigo?... Onde está o abraço, a troca de olhar, a risada ... ?

Comunicar não passa só pelas palavras ... vai bem mais além, nas nossas expressões faciais e corporais, na partilha de olhares, nos gestos, na forma tensa ou descontraida como nos encontramos ... até a roupa que vestimos pode "denunciar" muitas das palavras que nunca se dizem.

Até já! ... (Expressão publicitária utilizada por um operador móvel. Identifico-me com ela por achar que nunca há uma despedida definitiva.)

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