sexta-feira, 15 de julho de 2016

Jornada Mundial da Juventude - Uma mensagem para alguns, um recado para todos (Mensagem para a XXXI)

Em pleno ano Jubilar da Misericórdia, os jovens do mundo inteiro são convidados a viver o seu Jubileu na cidade de Cracóvia, na Polónia, terra natal de São João Paulo II. Aquele que foi para muitos o Papa dos jovens, parece ter despertado várias gerações no caminho da fé. Os seus sucessores, talvez porque tenham sentido que estas Jornadas podiam trazer um sentido renovado à vida dos jovens, deram continuidade a este projeto que, no presente, parece ser uma necessidade da própria juventude católica.

Para Cracóvia, em julho de 2016, os jovens são impulsionados a caminhar pelas palavras de São Mateus, “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia”, elas são ponto de partida desta Jornada e o centro da mensagem do Papa Francisco para a que será a XXXI Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
O Papa convida cada um a viver este tempo do Jubileu da Misericórdia como um “tempo extraordinário de graça, no qual se deve recuperar uma relação boa com Deus, com o próximo e com a criação”, permitindo que todos abram o coração ao que está à sua volta. Ser-se misericordioso como o Pai, lema deste Jubileu Extraordinário, tem um alcance humano extraordinário que parece ser demasiado difícil de alcançar. 

Na mensagem escrita a pensar nos jovens o Papa recorre a duas imagens presentes no Antigo Testamento para explicar o significado de Misericórdia. Começa por usar a imagem de um Deus que ama e perdoa sempre, face à Aliança que tem com o Seu povo, e depois remete para a imagem de um Deus que tem um imenso amor pelo Seu povo, o qual só pode ser comparado ao amor que uma mãe tem pelo seu filho. E é a partir desta última que o Papa lembra os jovens que “um amor assim implica criar dentro de cada um espaço para o outro, sentir, sofrer e alegrar-se com o próximo”.
Para o Papa “a alegria de Deus é perdoar”, palavra-chave de um coração misericordioso. Sua Santidade lembra que a “misericórdia de Deus é muito concreta, e todos somos chamados a fazer experiência dela pessoalmente”. No entanto, para contemplar esta misericórdia cada um deve abrir o “coração com humildade e transparência”, pois Deus “antecipa-Se-nos sempre, e desde sempre nos procura e nos encontra primeiro”. Não é por acaso que o Papa se dirige a cada jovem, de forma pessoal, e questiona cada um se: “Já alguma vez sentiste pousar sobre ti este olhar de amor infinito que, para além de todos os teus pecados, limitações e fracassos, continua a confiar em ti e a olhar com esperança para a tua vida? Estás consciente do valor que tens diante de um Deus que, por amor, te deu tudo?”.
O Papa, nesta sua mensagem aos jovens, recorda que “a cruz é o sinal mais eloquente da misericórdia de Deus. Atesta-nos que a medida do amor de Deus pela humanidade é amar sem medida” e que através dela “podemos tocar a misericórdia de Deus e deixar-nos tocar pela sua própria misericórdia”. Destas palavras os jovens devem deter-se em Jesus como O “que deu a Sua vida por nós na cruz” e, neste gesto, cada um encontrará “sempre o amor incondicional que reconhece a nossa vida como um bem e sempre nos dá a possibilidade de recomeçar”.


O Papa Francisco associa a escolha do tema da XXXI JMJ com a Bem Aventurança da misericórdia, precisamente porque a “Palavra de Deus nos ensina que «a felicidade está mais em dar do que em receber»”, recordando-nos que, apesar de sabermos que é Jesus quem nos ama primeiro, “só seremos verdadeiramente bem-aventurados, felizes, se entrarmos na lógica divina do dom, do amor gratuito, se descobrirmos que Deus nos amou infinitamente para nos tornar capazes de amar como Ele, sem medida”.

Nesta sua mensagem, o Papa convida os jovens a redescobrir as obras de misericórdia corporais e espirituais, desafiando cada um a tê-las como “critério de autenticidade do nosso ser discípulos de Jesus, da nossa credibilidade como cristãos no mundo de hoje”.

Finalmente, o Papa termina dizendo que “Jesus misericordioso espera cada um e que tem muitas coisas importantes a dizer”, e que cada jovem deve fixar-se nos olhos de Jesus, sem medo, pois deles resulta um olhar cheio de “amor infinito, um olhar misericordioso, pronto a perdoar e capaz de mudar a vida de cada um”. É um olhar que é capaz de “curar as feridas da alma e que sacia a sede profunda que habita nos corações jovens”, uma sede de “amor, de paz, de alegria e de verdadeira felicidade”. 

O Papa Francisco pede aos jovens para que não tenham medo de ir ao encontro de Jesus e, quando isso acontecer, Lhe digam: “Jesus, confio em Vós”. É seu desejo que os jovens se deixem “tocar pela Sua misericórdia sem limites” e, desta forma, cada um se torne “apóstolo da misericórdia, através das obras, das palavras e da oração, neste nosso mundo ferido pelo egoísmo, o ódio e tanto desespero”.

Esta mensagem, que parece escrita a pensar em alguns, transforma-se num recado para todos os que desejam levar a “chama do amor misericordioso de Cristo – de que falava São João Paulo II – aos ambientes da vida diária e até aos confins da terra”.

Do tej pory!

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