Vive-se um tempo da história em que se dá primazia ao individual, em que a variedade de propostas impulsiona o interesse por falsas necessidades, as quais são acompanhadas de um crescendo de facilidades e de facilitismos. É uma época em que se valoriza a imagem e se ignoram valores como a família, o respeito e a aceitação do outro.
É neste mundo das profundas transformações sociais e humanas que os jovens vivem e crescem. É, para eles, cada vez mais custoso traçar objetivos e escolher caminhos que apontem para um projeto de vida sólido e bem alicerçado. Mas, se por um lado é difícil, também pode ser encarado como uma oportunidade para contrariar a ideia de que os jovens paralisam perante as dificuldades.
Para o Papa Francisco é fundamental que os jovens não se transformem em ‘jovens-museus’, que têm tudo, mas não sabem o que fazer. É, por isso, responsabilidade da juventude intervir no mundo, transformando-o num lugar mais humano e generoso.
Para os que acham que os jovens dão sinais de fraqueza, se distanciam do testemunho de Jesus, ou estão a perder a confiança nas suas capacidades de alterar a realidade, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ajuda a responder a estes receios. Ela revela-se sinal de esperança num mundo em que os jovens, impulsionados pelos valores do amor cristão e da fraternidade, se comprometem na sociedade com vitalidade e sentido de responsabilidade.
Para muitos é difícil compreender o que leva milhões de jovens a viver um evento com as características da JMJ. Nela, a multidão das pessoas revela maravilhosamente a intimidade do amor e da misericórdia de Deus. Uma experiência desta ordem, para além de surpreender os jovens, faz brotar Jesus de forma especial no coração de cada um e, através d’Ele, dar um sentido renovado às suas vidas.
Estes jovens que vão inundar a JMJ de Cracóvia são os mesmos que a sociedade classifica como conformados e incapazes de se colocar a caminho. Mas eles, em qualquer parte do mundo, seja individualmente, em movimentos juvenis ou através de grupos paroquiais, estão-se a organizar para descobrir nesta experiência algo novo e fundante.
São milhares os que trabalham para angariar fundos que permitam custear as despesas inerentes à JMJ. Mas os jovens não podem abdicar de uma outra ação, a preparação espiritual, algo que cada grupo tem vindo a fazer de acordo com a sua realidade. Esta preparação não deve ser secundarizada, pois é muito graças a ela que a experiência da JMJ desperta uma vida nova nos jovens. Sem ela é como caminhar no vazio ou semear em solo pedregoso. Assim, se a angariação de fundos permite deslocar-se até à JMJ, a caminhada espiritual dispõe o coração de cada participante para a sementeira que este encontro de jovens pode proporcionar, deixando vir até si Jesus.
Ir à JMJ não chega, é preciso vivê-la de coração aberto para acolher as surpresas de Deus e depois regressar com vontade de colher o muito que lá se semeou, porque o “fruto que se colhe é sempre maior do que a semente que se plantou”. Por isso, torna-se importante fazer referência a todos aqueles que, mesmo não indo à JMJ, colaboram e participam da sua preparação nos respetivos grupos de jovens e movimentos. Todos aguardam com serenidade o regresso daqueles que vão viver tal acontecimento para, também eles, poderem saciar o coração.
Se dúvida que a JMJ é uma experiência em que se semeia a esperança das futuras gerações e se colhe o melhor do coração humano.
Do tej pory! (Até já em Polaco)
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