segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A melhor parte da viagem - Taizé

Já quase chegados a casa surge a surpresa de onde menos se espera e vem de quem nos conduzia. Pensávamos nós que apenas nos trazia em segurança para casa, mas aconteceu mais do que isso.
De forma espontânea surge a partilha do motorista do autocarro, de seu nome "H", também ele encantado com os Km's que lhe calharam. 
Dizia ele que lhe tinha calhado a melhor parte da viagem.
Tinha estado atento ao ambiente e às palavras que se multiplicavam nas colunas do autocarro, e estava maravilhado com as coisas que ouvira, pois sentia nelas sinceridade e muita alegria. 
Ele dizia que os miúdos estavam felizes e que tinham conquistado essa felicidade de forma tão simples. Como era possível rezar várias vezes ao dia, comer o que não estavam habituados, dormir em saco cama, sem internet e acabar por dizer aquelas coisas tão sinceras? Eles falavam de Deus como se o tivessem encontrado.
Quando demos por ela o Sr. "H" estava a falar da sua vida e de como nela já tinha sentido Deus.
Escutar as palavras do Sr. "H" foi tão especial e tornou o regresso mais sentido.
Quer queiramos, quer não, a melhor parte da viagem é o regresso e o voltar para onde somos precisos, com aquilo que conquistamos.
Até já!




domingo, 28 de fevereiro de 2016

Começa a aventura - Taizé

Ser chamado a regressar naquele dia, até custa um bocadinho, mas é bom voltar para os nossos, para os que nos amam e precisam de nós. 
É verdade que deixar para trás aquela aldeia, o que lá se viveu e sentiu, chega a prender-nos à ilusão que ficar é que era bom, mas não é assim que tem de ser. 
Será exigente permanecer com aquela paz e alegria que se encontrou durante a semana, mas é aí que começa a aventura. 
É em casa que tudo faz sentido e que tudo ganha forma, é com a família, os amigos e os colegas que somos precisos e existimos no dia-a-dia.
Desengane-se quem pensa que ficar lá seria perfeito, pois não existe tal coisa. 
O que cada um trouxe de lá passa, agora, a ser mais preciso cá.

Até já!

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Uma "chama" que convida a ser feliz - Taizé

É sábado e só hoje a semana parece fazer sentido. Tudo nela prepara a chegada deste momento, em que de uma simples vela se faz crescer uma luz que contagia os corações de um igreja inteira.
Quando ela se acende, cada um se sabe pronto para se fazer à estrada, pois se o que iluminava o seu coração era a escuridão, hoje ele é habitado por uma "chama" que convida ao amor e a ser feliz.
Na realidade, naquele momento, não é uma vela que se incendeia, mas o coração de cada um.
Quando aquela luz, que vem do outro, se encontra com a vela apagada de cada um, dá-se um milagre que a anima e preenche o coração com amor e alegria.
Aquele clarão suscita o encontro mais sereno destes dias. Cada um é invadido por uma calma muito "estranha" e a sensação de "estar preparado para ir", de se colocar a caminho.
Cada luz tem um significado que pertence a quem a segura e a "reza" num processo contemplativo de grande intimidade com Deus.
Por vezes é grande a luta para manter vivo aquele brilho, surgindo a interrogação: se para aguentar a minha chama acesa em Taizé não é tarefa fácil, como fazer em casa e na minha vida?

Até já! (Fica o desejo que haja luz no caminho de cada um, sim, aquela luz que partiu de "Um" e tocou a todos)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A noite mais silenciosa da semana - Taizé

A caminhar para o regresso, surge a noite mais silenciosa da semana, aquela que propõe uma renovação. 
É a noite em que as palavras dão lugar ao pensamento, ao abandono, à entrega e ao abraço.
Tocar aquela cruz é muito mais do que contacto, é colocar-se diante de Jesus e abrir-lhe o coração. É criar espaço para Ele e colocá-Lo no centro.
É um momento em que, para além de O escutar, se faz ouvir a voz de cada um com palavras do coração.
Ele contigo e tu com Ele, e no espaço deixado por cada um, fica O abraço, aquele que suporta, acolhe e envia ... hoje só faz sentido assim.
Até já!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O que ali se respirava era Deus - Taizé

Aquela quinta feira não foi igual às que costumamos passar quando estamos em casa.

Naquela, em particular, o tempo parecia andar mais rápido. Não era o relógio que dava as horas, mas sim os sinos. Cada vez que tocavam, eram horas que o mundo avançava ... o mundo de cada um. 
Já se podiam escutar expressões como, "está quase a acabar" ou "está a chegar ao fim", mas o fim de uma coisa é o inicio de outra, por isso, há que viver uma (o fim) e preparar a outra (o principio).
Ecoavam, ainda, naqueles corações pensamentos que desejavam que rezar em casa fosse tão "fácil", e até pode ser, basta que cada um se coloque diante de Jesus e o escute. E que fosse tão "bonito" como ali, o que é, pois em Taizé ou em qualquer lugar, cada um fica a sós com Deus e esse momento é tão cheio de surpresa e beleza. 
Mas escutá-Lo não é assim tão fácil. Porquê? Basta que cada um O queira ouvir.
Naquela quinta-feira, os abraços davam lugar a olhos "esbugalhados" que tentavam captar o máximo de Deus. Sim, de Deus? Porque o que ali se respirava era Deus. Aquele Deus Amor, que acolhe e te abraça. Tudo, naquela quinta-feira nos começava a falar de Deus de forma mais clara. 
Cada um podia encontrar Deus, mesmo sem se aperceber. Deus estava presente no silêncio, na oração, na alegria, nos olhares, nos gestos, no vento, na chuva, nas lágrimas, nas fotos, nos postais e nas conversas. 
Mas Deus não estava sozinho. Jesus sempre ali esteve na cruz e no Sacrário e o Espírito Santo naquela brisa que se escutava durante o silêncio.

Até já!(Saltei as Cinzas ... está a ser difícil encontrar as palavras)


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Silenciar as palavras - Taizé

Ora chove, ora faz sol ... assim vai a terça feira.
Tal como no exterior, a oscilação meteorológica parece refletir-se no coração de cada um. 
Muitos não sabem para que estão ali. Mais do que um ciclone de ideias e sentimentos, há um tsunami a inundá-los e a varrer os seus corações, levando-os a questionar tantas e tantas coisas que tinham como certas. 

Nem tudo o que se vê parece duradouro, nem tudo o que se sente parece real.  

Cada momento deve ser tido como um desafio constante, desejo continuado de que o que não parece ser para sempre, perdure no tempo, e o que suscita dúvidas de ser real, passe a ser parte de cada um.
Acolher o outro, pode ser um caminho, mas não chega. Há que desejar que algo transformante aconteça e que se concretize num sentido pessoal na vida de cada um.
Quem ainda tem o coração fechado, tem a possibilidade de o "escancarar" para algo novo. É o momento de silenciar as palavras, para melhor escutar o essencial.
Até já! (Deus fala na brisa do silêncio. [obrigada C.])

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O primeiro dia da semana abre portas à transformação - Taizé

Ouve-se falar em criar novos amigos, em passar uma semana diferente, em desligar da rotina diária, mas falta o que faz esta semana levedar, falta o que nos chama àquele lugar e incluir Jesus na lista dos "novos" amigos.

Para alguns, Esse amigo não será uma novidade, mas nesta semana reencontra-O na simplicidade, no silêncio, nas conversas, nos abraços e na oração.

O primeiro dia da semana abre portas à transformação que vai acontecendo no coração de cada um, a cada momento.

Se a segunda feira é o dia para desacelerar, fica o desejo que os próximos sirvam para tocar o essencial, encontrar um lugar novo no mundo e dar espaço às surpresas de Deus.
Até já!

domingo, 21 de fevereiro de 2016

A chegada - Taizé

A chegada é sempre cheia de novidade. 
Embora o lugar seja o mesmo, tu estás diferente, outros te acompanham e Deus poderá surpreender-te e falar-te com outras "palavras".
Fica atento, silencia o coração e coloca-te à escuta.
À chegada fica disponível para descobrires algo de novo em ti e para ti.

(...)

Até já!


sábado, 20 de fevereiro de 2016

Uma semana, uma experiência e um encontro - Taizé

Muito poderia dizer dos dias 6 e 14 de fevereiro de 2016, mas escolhi estas palavras:

Na semana que marcou o início da Quaresma, e enquadrada numa iniciativa do Secretariado da Educação Cristã e da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, um grupo de cerca de 433 alunos e professores do Ensino Secundário, da Diocese de Viseu, colocaram-se a caminho da Comunidade de Taizé, no sul de França, onde estiveram durante sete dias. Num total de oito autocarros, foram alunos das Escolas Secundárias Alves Martins (Viseu), Emídio Navarro (Viseu), Mangualde, Oliveira de Frades, Tondela (Tomaz Ribeiro), Viriato (Viseu), Vouzela/ Campia, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul e Satão.

Taizé é aquele lugar que "Deus quis, o Homem sonhou e a obra nasceu" (Fernando Pessoa). Impulsionado pela vontade de Deus, surgiu o sonho do Irmão Roger, para quem era essencial criar um espaço “onde a bondade do coração e a simplicidade estivessem no centro de tudo”. O sonho concretizou-se nesta Comunidade Ecuménica, onde, jovens dos quatro cantos do mundo são desafiados a viver uma semana fundada no Evangelho, através da vida em comunidade, simplicidade, oração e silêncio. 

Em elevado número, alunos das Escolas Secundárias de Viseu responderam “sim” a este apelo, juntando-se a mais de mil portugueses e a outros jovens vindos de França, Itália, Austrália, Polónia, Alemanha, Holanda, entre outros países. Grande parte destes alunos foi surpreendida pelo facto de, com tão pouco, ser possível acolher felicidade tão autêntica nos seus corações. 

Logo pela manhã, antes de almoço e após o jantar, todos foram chamados à oração pelas badaladas dos sinos. Sim, contaram bem, os “miúdos” rezaram três vezes ao dia na igreja da reconciliação o que, para alguns, ainda assim, pareceu pouco. Mas não se ficaram pela oração, viveram momentos de silêncio, partilharam de uma reflexão bíblica diária, em pequenos grupos, e tiveram um espaço onde puderam fazer festa. Para as refeições, também elas simples, uma colher bastava. Dormiram em camaratas, no saco cama que cada um trouxe, e não se ouvia dizer que sentiam falta de internet e da televisão.

Podendo parecer fácil, foi uma semana que exigiu um desprendimento do materialismo, dos enfeites e das distrações do dia-a-dia. Mas graças a este abandono, estes jovens tiveram a possibilidade de partilhar de um pedacinho da experiência do deserto com Jesus.

Nos primeiros dias podiam-se ver os nossos meninos um pouco “perdidos”, pois estavam a descobrir o lugar, as rotinas e a simplicidade. O silêncio e a oração pareciam ser uma novidade, mas cada um, a seu ritmo, encontrou o seu espaço e deixou que o pouco conduzisse ao essencial. E foi aqui que cada um começou a fazer um caminho pessoal e distinto de todos os outros. Foi-lhes apresentado um amigo especial e proposto que, com Ele, fizessem um encontro pessoal.

Este grupo de alunos fez uma peregrinação pessoal com e para Deus. Se para uns resultou numa experiência de Deus, para outros, poderá ter sido um acordar para Deus, um despertar para o encontro pessoal com Jesus, muito através dos outros, do Evangelho e do modo de vida simples da Comunidade de Taizé. Esta semana tocou cada um de modo diferente e suscitou uma experiência pessoal e transformadora.

Na viagem de regresso os alunos puderam partilhar um pouco da sua semana. Se alguns destacaram a simplicidade e a surpresa que foi a oração, outros houve que valorizaram o convívio entre todos, a paz e a serenidade que experimentaram, o facto de sentirem ter crescido na fé e de o perdão passar a ter um significado novo nas suas vidas. Este momento de partilha revelou-se muito enriquecedor, já que o que cada um sentia não era assim tão diferente dos outros, no entanto, o caminho para lá chegar foi, e continua a ser, pessoal.

Taizé é apenas um lugar, mas o que se lá vive é muito especial e profundo. Ir lá só faz sentido quando se regressa, pois é cá, na família, na escola e com os amigos, que cada um tem que ser o “rosto de Jesus”, através de gestos concretos, de um testemunho de alegria e paz. 

Até já! (Tantas palavras sobre uma semana em Taizé e parecem insuficientes )

Nos primeiros dias - Taizé

Nos primeiros dias podiam-se ver jovens um pouco “perdidos”, pois estavam a descobrir o lugar, as rotinas, a simplicidade. O silêncio e a oração parecia ser uma novidade, até que cada um achou o seu espaço e deixou que o pouco conduzisse ao essencial. E foi aqui que cada um começou a fazer um caminho pessoal e distinto de todos os outros. Foi-lhes apresentado um amigo especial e proposto que, com Ele, fizessem um encontro pessoal. Cada um se pôde colocar diante de Jesus e reconhecer n’Ele um companheiro de viagem e um amigo, criando um espaço para Ele nas suas vidas.
Até já!