Muito poderia dizer dos dias 6 e 14 de fevereiro de 2016, mas escolhi estas palavras:
Na semana que marcou o início da Quaresma, e enquadrada numa iniciativa do Secretariado da Educação Cristã e da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, um grupo de cerca de 433 alunos e professores do Ensino Secundário, da Diocese de Viseu, colocaram-se a caminho da Comunidade de Taizé, no sul de França, onde estiveram durante sete dias. Num total de oito autocarros, foram alunos das Escolas Secundárias Alves Martins (Viseu), Emídio Navarro (Viseu), Mangualde, Oliveira de Frades, Tondela (Tomaz Ribeiro), Viriato (Viseu), Vouzela/ Campia, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul e Satão.
Taizé é aquele lugar que "Deus quis, o Homem sonhou e a obra nasceu" (Fernando Pessoa). Impulsionado pela vontade de Deus, surgiu o sonho do Irmão Roger, para quem era essencial criar um espaço “onde a bondade do coração e a simplicidade estivessem no centro de tudo”. O sonho concretizou-se nesta Comunidade Ecuménica, onde, jovens dos quatro cantos do mundo são desafiados a viver uma semana fundada no Evangelho, através da vida em comunidade, simplicidade, oração e silêncio.
Em elevado número, alunos das Escolas Secundárias de Viseu responderam “sim” a este apelo, juntando-se a mais de mil portugueses e a outros jovens vindos de França, Itália, Austrália, Polónia, Alemanha, Holanda, entre outros países. Grande parte destes alunos foi surpreendida pelo facto de, com tão pouco, ser possível acolher felicidade tão autêntica nos seus corações.
Logo pela manhã, antes de almoço e após o jantar, todos foram chamados à oração pelas badaladas dos sinos. Sim, contaram bem, os “miúdos” rezaram três vezes ao dia na igreja da reconciliação o que, para alguns, ainda assim, pareceu pouco. Mas não se ficaram pela oração, viveram momentos de silêncio, partilharam de uma reflexão bíblica diária, em pequenos grupos, e tiveram um espaço onde puderam fazer festa. Para as refeições, também elas simples, uma colher bastava. Dormiram em camaratas, no saco cama que cada um trouxe, e não se ouvia dizer que sentiam falta de internet e da televisão.
Podendo parecer fácil, foi uma semana que exigiu um desprendimento do materialismo, dos enfeites e das distrações do dia-a-dia. Mas graças a este abandono, estes jovens tiveram a possibilidade de partilhar de um pedacinho da experiência do deserto com Jesus.
Nos primeiros dias podiam-se ver os nossos meninos um pouco “perdidos”, pois estavam a descobrir o lugar, as rotinas e a simplicidade. O silêncio e a oração pareciam ser uma novidade, mas cada um, a seu ritmo, encontrou o seu espaço e deixou que o pouco conduzisse ao essencial. E foi aqui que cada um começou a fazer um caminho pessoal e distinto de todos os outros. Foi-lhes apresentado um amigo especial e proposto que, com Ele, fizessem um encontro pessoal.
Este grupo de alunos fez uma peregrinação pessoal com e para Deus. Se para uns resultou numa experiência de Deus, para outros, poderá ter sido um acordar para Deus, um despertar para o encontro pessoal com Jesus, muito através dos outros, do Evangelho e do modo de vida simples da Comunidade de Taizé. Esta semana tocou cada um de modo diferente e suscitou uma experiência pessoal e transformadora.
Na viagem de regresso os alunos puderam partilhar um pouco da sua semana. Se alguns destacaram a simplicidade e a surpresa que foi a oração, outros houve que valorizaram o convívio entre todos, a paz e a serenidade que experimentaram, o facto de sentirem ter crescido na fé e de o perdão passar a ter um significado novo nas suas vidas. Este momento de partilha revelou-se muito enriquecedor, já que o que cada um sentia não era assim tão diferente dos outros, no entanto, o caminho para lá chegar foi, e continua a ser, pessoal.
Taizé é apenas um lugar, mas o que se lá vive é muito especial e profundo. Ir lá só faz sentido quando se regressa, pois é cá, na família, na escola e com os amigos, que cada um tem que ser o “rosto de Jesus”, através de gestos concretos, de um testemunho de alegria e paz.
Taizé é apenas um lugar, mas o que se lá vive é muito especial e profundo. Ir lá só faz sentido quando se regressa, pois é cá, na família, na escola e com os amigos, que cada um tem que ser o “rosto de Jesus”, através de gestos concretos, de um testemunho de alegria e paz.
Até já! (Tantas palavras sobre uma semana em Taizé e parecem insuficientes )
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