terça-feira, 2 de agosto de 2016

JMJ, para quê procurar longe?

Enquanto se vivem umas JMJ parece que se sai do mundo, dá a sensação que ele pára e que nada de mal acontece. 
Tudo nos fala de Deus, de amor, alegria, generosidade, acolhimento e, nesse diálogo, surge Jesus.
Sair de uma cidade assim é algo indescritível. 
Voltar a fazer parte do mundo torna-nos passageiros mais atentos. Em cada coisa se procura encontrar um pedacinho do que aqueles dias ofereceram, mas teimamos em preferir o original à imitação.
À medida que fazemos km's de regresso a casa vamos vendo a desaparecer as bandeiras, a festa nas ruas, as igrejas cheias, os sorrisos, as conversas que surgem como cerejas, vão, ainda, escasseando as mochilas amarelas, vermelhas ou azuis, bem como os braços carregados de pulseiras. Já ninguém anda com um cartão ao pescoço ou partilha do colorido das capas de chuva. No entanto, como se de uma necessidade humana se tratasse, insiste-se em encontrar sinais desta experiência em todo o lado, principalmente fora de nós, que tivemos a graça de a viver.
Mas para quê procurar tão longe? 
Nós somos o pedacinho da JMJ que o mundo precisa de descobrir, e não o inverso. Se até agora recebemos, é tempo de dar e devolver aos que nos rodeiam, e esperam, o olhar de Jesus. Sim, porque cada um de nós conquistou um olhar renovado que brota do coração.
Quando nos despedimos dos lugares, não nos despedimos de Deus, bem pelo contrário, comprometemo-nos com Ele. E onde? No espaço que habitamos, tornando a alegria da Sua presença, através de nós, um hábito.
Ao sair de Cracóvia sou presenteada por uma última imagem, São João Paulo II que me fala ao coração desde uma parede. Passam-me pela cabeça alguns momentos destas semanas e é num olhar que me detenho. O do Papa Francisco, que transmitia muita serenidade, mas também alguma preocupação.
Estou grata por esta jornada colocando-me já a caminho de outra um pouco diferente. Como uma amiga me disse, "primeiro servir o Senhor, depois descansar no Senhor".

Até já!

quinta-feira, 28 de julho de 2016

JMJ - Os jovens estão a ser Jesus

A JMJ já esta na máxima força.
Cracovia está irreconhecível, tanta é a cor e a alegria que invadiu a cidade. Escutam-se sons de festa por todo o lado e pode assistir-se a um desfile constante de bandeiras e entusiasmo.
Os transportes, sempre lotados, levam para os lugares das catequeses, do festival da juventude, dos atos centrais, todos os sítios são pretexto para viver a JMJ e ela está por todo lado.
Do despique das cantorias, surge a alegria de ser cristão e de, em cada esquina, ser possível abraçar o irmão através do sorriso. Das conversas mais fortuitas surgem as maiores surpresas, mas é no encontro com os nossos que mais somos tocados por Deus. É maravilhoso.
O Papa pede aos jovens para que sejam ruidosos em Cracóvia, para que mostrem a alegria de ser Cristãos, algo que deve ser levado para as cidades de cada um, porque o mundo precisa muito de olhares de Jesus e da alegria que d'Ele brota.
Os jovens estão a deixar-se guiar por Jesus perante os constantes desafios do Papa.
Os jovens estão a ser Jesus.
Os jovens estão a ser misericórdia.

Até já!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Voluntário com juventude, alegria e coração - JMJ

Não são preciso imagens para se perceber o que se vai passando em Cracóvia.
A cidade aperalta-se para acolher os peregrinos vindos de todas as partes do globo.
Com os voluntários já se começa a ver a cor da cidade a mudar e a sentir muita alegria.
Depois das formações de preparação, os voluntários nos tempos livres, vão conhecendo a cidade, para além do passeio, também é uma mais valia para a semana que se avizinha.
Os voluntários são uma espécie de "laboratório" do que vai acontecer, mas em escala reduzida. Eles já começam a estar mais familiarizados com a rede de transportes, os restaurantes que vão alimentar todos os que virão, a cultura polaca, os lugares, para além de identificar e sugerir situações que podem ter que ser melhoradas. Tudo isto permitirá estar mais à vontade e preparado para colaborar no bom acolhimento dos peregrinos.
Na passada quarta feira foi celebrada uma eucaristia para os voluntários e, ao longo da semana, para além de alguns momentos de preparação espiritual, têm havido vários momentos de um festival internacional. Devo admitir que, em tão pouco tempo, já se viveram momentos muito especiais e surpreendentes.
Das dificuldades que já se vão sentindo, não vale a pena falar, porque o que sobressai é a  alegria e a comunhão entre todos.
Até agora, nesta experiência, São João Paulo II é presença constante. Tudo nos tem falado de Deus e de superação com um sorriso, pelo que cada voluntário da JMJ deve sê-lo com juventude, alegria e com o coração.

Até já.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Os convocados para a Jornada Mundial da Juventude de Cracóvia

No final da copa América e do campeonato da Europa de futebol, surge um outro campeonato que, pelas suas características, é distinto dos dois primeiros. Apesar de não ser uma competição desportiva, move multidões e coloca em campo os jovens católicos do mundo inteiro. Este evento é a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que será na cidade de Cracóvia, na Polónia, como já noticiado.

Convocados para este campeonato estão os jovens que um dia foram tocados por Jesus e, agora, querem partilhar tamanha alegria com os demais, abrindo as portas do coração para a experiência transformadora, que é reencontrar Jesus através dos outros e de alguns momentos pessoais com Ele. Para além dos chamados a participar como peregrinos, que são mais de 3500 de Portugal, também há alguns que são chamados a participar enquanto voluntários, portugueses serão 20.

Neste campeonato são mais de 11 em campo e o que está em jogo é aquela que se deseja ser uma experiência em que cada um treina a capacidade de acolher e de olhar para o mundo e para os outros, com o olhar de Jesus. Nesta seleção é Ele o médico, aquele que cuida e que sabe quem está em condições para jogar. Aqui não há espetadores. Deus surge como o grande treinador, que chama cada um a estar em campo com o coração aberto ao amor e à misericórdia. Faz, ainda, parte desta equipa técnica o Espírito Santo. É no mistério da Sua presença que sobressaem as descobertas pessoais e o que cada um pode melhorar, para colocar em jogo o máximo de si.

A arbitrar este campeonato está o Papa Francisco. É muito graças à sua atenção, aos seus gestos e palavras, que cada um joga na posição certa e da forma concreta. Neste ano Jubilar da Misericórdia o Papa já nos habituou aos cartões amarelos e vermelhos, que alertam todo e cada um a fazer o que deve no mundo. Mas também é um Papa que deixa jogar e desafia cada um a colocar-se por inteiro no campo, dando o seu melhor e, depois, levar para casa mais do que uma taça, o coração cheio de Jesus, de misericórdia e de amor.

A bola escolhida para este encontro é a Palavra de Deus. Para ela todas as balizas devem estar escancaradas, permitindo que entre no coração de cada um, evitando o recurso à marcação de grandes penalidades.

É por tudo isto que cada um dos convocados tem de estar em campo sem medo de se deixar tocar por Jesus, sem receio de se deixar transformar pelo imenso amor que brota de Deus. 

Este é “o campeonato”, aquele em que se vence sempre. 


Do tej pory!

domingo, 17 de julho de 2016

Let WYD begin

Após um abraço à aniversariante, coloco-me à estrada, ou será, nas nuvens?
Avião nunca foi o meu forte, mas os muitos km's que separam este belo país, à beira Atlântico plantado, da cidade de Cracóvia implicam colocar de parte as fraquezas e abandonar-me nas mãos de Deus, O grande responsável por me meter nestas andanças.
Na companhia de "Fernando Pessoa" começo a viagem, logo me lembro do seu heterónimo, Ricardo Reis, "em tudo sê inteiro ... sê inteiro em casa coisa"
Ao entrar no avião cruzo-me com um grupo de cabo-verdianos que vão para a JMJ. Já cantam e, no meio da conversa, acabam por perceber que eu já fui a mais Jornadas do que o Papa Francisco. Tem a sua graça a constatação, nunca me tinha ocorrido.
Já no avião, vejo um casal espanhol a tentar que um deles trocasse de lugar, já que estavam separados. Como a Sra. estava a meu lado, disponibilizei o meu lugar ao Sr., só depois da troca me apercebi que mudei para a "1ª classe". Tive direito a mais espaço e digestivo. Em conversa com a hospedeira ela diz que "fazer o bem ainda compensa".
A poucas horas de ter saído de casa, já começou a valer a pena. Nunca tive dúvidas de que a história se escreve e os milagres acontecem quando entramos nas coisas de coração aberto.
E agora? 
Agora, o sim ao desafio que dê lugar à aventura e a dias de grandes descobertas.

Let WYD begin.


Do tej pory!

sábado, 16 de julho de 2016

Os jovens que participam na Jornada Mundial da Juventude

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Cracóvia vai começar. O acontecimento esperado por milhões de jovens está quase de portas abertas. Nas horas que antecipam o seu início, são muitos os jovens que manifestam vontade de conhecer os desafios que o Papa lhes vai lançar e estão prontos para acolher essas propostas. Neles começa a esboçar-se o desejo de participar nesta experiência como um encontro especial, em que do testemunho e da simplicidade poderá sobressair o melhor deste acontecimento. Para os jovens que participam na JMJ é a possibilidade de ser um em Jesus. 

A proximidade que o Papa tão “teimosamente” está a procurar viver com as pessoas, parece querer inspirar toda a Igreja para que se aproxime da humanidade e faça frente a todos os seus anseios, sem medo. O entusiasmo associado à juventude, de que o Papa fala, é sinal de esperança para os jovens do mundo inteiro. Numa sociedade conduzida pelas coordenadas da globalidade, surge esta voz que “grita” ao coração humano, desafiando-o a deixar-se guiar de forma pessoal pelo testemunho e a vida de Jesus. Se é a autenticidade de cada pessoa que deixa marcas no coração humano e no mundo, a juventude que o Papa desafia deve procurar ser genuína e autêntica nos seus gestos e palavras, como um testemunho vivo de Jesus Cristo.

Desde a Polónia vêm notícias de que os Símbolos da JMJ - a Cruz das Jornadas e o Ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani - já estão a culminar a sua peregrinação em Cracóvia. Também o ritmo de trabalho em cada área da preparação da JMJ está a acelerar à medida que se aproxima o seu início. Está a ser preparado o Festival da Juventude que para além de momentos musicais, culturais, terá presente o desporto. Também os espaços destinados a acolher e alojar os jovens vindos dos quatro cantos do mundo estão a ser ultimados.
Os trabalhos no Campus Misericordiae, lugar onde o Papa Francisco se irá encontrar com os jovens na Vigília de sábado e na Missa de Envio de domingo, fica localizado em Brzegi, a cerca de 12 km da cidade de Cracóvia. O facto deste local ser um pouco distante do centro, tem subjacente o caráter espiritual implícito na peregrinação que os jovens farão. Também a segurança está a ser tratada pelos órgãos competentes, por forma a eliminar todos os riscos e a maximizar a segurança dos peregrinos e do Santo Padre.

Os voluntários já se encontram em Cracóvia, em formação, para se prepararem para as tarefas que vão desempenhar. No caso concreto dos voluntários de Portugal, ficarão alojados com os irmãos da Espanha e da América do Sul, junto ao Santuário de São João Paulo II.

Nada está a ser deixado ao acaso nesta XXXI JMJ. Ela não deve ser vista como um simples encontro religioso para a juventude, mas como espaço de trabalho do Espírito Santo.

Do tej pory!

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Jornada Mundial da Juventude - Uma mensagem para alguns, um recado para todos (Mensagem para a XXXI)

Em pleno ano Jubilar da Misericórdia, os jovens do mundo inteiro são convidados a viver o seu Jubileu na cidade de Cracóvia, na Polónia, terra natal de São João Paulo II. Aquele que foi para muitos o Papa dos jovens, parece ter despertado várias gerações no caminho da fé. Os seus sucessores, talvez porque tenham sentido que estas Jornadas podiam trazer um sentido renovado à vida dos jovens, deram continuidade a este projeto que, no presente, parece ser uma necessidade da própria juventude católica.

Para Cracóvia, em julho de 2016, os jovens são impulsionados a caminhar pelas palavras de São Mateus, “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia”, elas são ponto de partida desta Jornada e o centro da mensagem do Papa Francisco para a que será a XXXI Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
O Papa convida cada um a viver este tempo do Jubileu da Misericórdia como um “tempo extraordinário de graça, no qual se deve recuperar uma relação boa com Deus, com o próximo e com a criação”, permitindo que todos abram o coração ao que está à sua volta. Ser-se misericordioso como o Pai, lema deste Jubileu Extraordinário, tem um alcance humano extraordinário que parece ser demasiado difícil de alcançar. 

Na mensagem escrita a pensar nos jovens o Papa recorre a duas imagens presentes no Antigo Testamento para explicar o significado de Misericórdia. Começa por usar a imagem de um Deus que ama e perdoa sempre, face à Aliança que tem com o Seu povo, e depois remete para a imagem de um Deus que tem um imenso amor pelo Seu povo, o qual só pode ser comparado ao amor que uma mãe tem pelo seu filho. E é a partir desta última que o Papa lembra os jovens que “um amor assim implica criar dentro de cada um espaço para o outro, sentir, sofrer e alegrar-se com o próximo”.
Para o Papa “a alegria de Deus é perdoar”, palavra-chave de um coração misericordioso. Sua Santidade lembra que a “misericórdia de Deus é muito concreta, e todos somos chamados a fazer experiência dela pessoalmente”. No entanto, para contemplar esta misericórdia cada um deve abrir o “coração com humildade e transparência”, pois Deus “antecipa-Se-nos sempre, e desde sempre nos procura e nos encontra primeiro”. Não é por acaso que o Papa se dirige a cada jovem, de forma pessoal, e questiona cada um se: “Já alguma vez sentiste pousar sobre ti este olhar de amor infinito que, para além de todos os teus pecados, limitações e fracassos, continua a confiar em ti e a olhar com esperança para a tua vida? Estás consciente do valor que tens diante de um Deus que, por amor, te deu tudo?”.
O Papa, nesta sua mensagem aos jovens, recorda que “a cruz é o sinal mais eloquente da misericórdia de Deus. Atesta-nos que a medida do amor de Deus pela humanidade é amar sem medida” e que através dela “podemos tocar a misericórdia de Deus e deixar-nos tocar pela sua própria misericórdia”. Destas palavras os jovens devem deter-se em Jesus como O “que deu a Sua vida por nós na cruz” e, neste gesto, cada um encontrará “sempre o amor incondicional que reconhece a nossa vida como um bem e sempre nos dá a possibilidade de recomeçar”.


O Papa Francisco associa a escolha do tema da XXXI JMJ com a Bem Aventurança da misericórdia, precisamente porque a “Palavra de Deus nos ensina que «a felicidade está mais em dar do que em receber»”, recordando-nos que, apesar de sabermos que é Jesus quem nos ama primeiro, “só seremos verdadeiramente bem-aventurados, felizes, se entrarmos na lógica divina do dom, do amor gratuito, se descobrirmos que Deus nos amou infinitamente para nos tornar capazes de amar como Ele, sem medida”.

Nesta sua mensagem, o Papa convida os jovens a redescobrir as obras de misericórdia corporais e espirituais, desafiando cada um a tê-las como “critério de autenticidade do nosso ser discípulos de Jesus, da nossa credibilidade como cristãos no mundo de hoje”.

Finalmente, o Papa termina dizendo que “Jesus misericordioso espera cada um e que tem muitas coisas importantes a dizer”, e que cada jovem deve fixar-se nos olhos de Jesus, sem medo, pois deles resulta um olhar cheio de “amor infinito, um olhar misericordioso, pronto a perdoar e capaz de mudar a vida de cada um”. É um olhar que é capaz de “curar as feridas da alma e que sacia a sede profunda que habita nos corações jovens”, uma sede de “amor, de paz, de alegria e de verdadeira felicidade”. 

O Papa Francisco pede aos jovens para que não tenham medo de ir ao encontro de Jesus e, quando isso acontecer, Lhe digam: “Jesus, confio em Vós”. É seu desejo que os jovens se deixem “tocar pela Sua misericórdia sem limites” e, desta forma, cada um se torne “apóstolo da misericórdia, através das obras, das palavras e da oração, neste nosso mundo ferido pelo egoísmo, o ódio e tanto desespero”.

Esta mensagem, que parece escrita a pensar em alguns, transforma-se num recado para todos os que desejam levar a “chama do amor misericordioso de Cristo – de que falava São João Paulo II – aos ambientes da vida diária e até aos confins da terra”.

Do tej pory!

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Jornada Mundial da Juventude – Experiência que semeia esperança

Vive-se um tempo da história em que se dá primazia ao individual, em que a variedade de propostas impulsiona o interesse por falsas necessidades, as quais são acompanhadas de um crescendo de facilidades e de facilitismos. É uma época em que se valoriza a imagem e se ignoram valores como a família, o respeito e a aceitação do outro. 
É neste mundo das profundas transformações sociais e humanas que os jovens vivem e crescem. É, para eles, cada vez mais custoso traçar objetivos e escolher caminhos que apontem para um projeto de vida sólido e bem alicerçado. Mas, se por um lado é difícil, também pode ser encarado como uma oportunidade para contrariar a ideia de que os jovens paralisam perante as dificuldades.

Para o Papa Francisco é fundamental que os jovens não se transformem em ‘jovens-museus’, que têm tudo, mas não sabem o que fazer. É, por isso, responsabilidade da juventude intervir no mundo, transformando-o num lugar mais humano e generoso. 

Para os que acham que os jovens dão sinais de fraqueza, se distanciam do testemunho de Jesus, ou estão a perder a confiança nas suas capacidades de alterar a realidade, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ajuda a responder a estes receios. Ela revela-se sinal de esperança num mundo em que os jovens, impulsionados pelos valores do amor cristão e da fraternidade, se comprometem na sociedade com vitalidade e sentido de responsabilidade. 
Para muitos é difícil compreender o que leva milhões de jovens a viver um evento com as características da JMJ. Nela, a multidão das pessoas revela maravilhosamente a intimidade do amor e da misericórdia de Deus. Uma experiência desta ordem, para além de surpreender os jovens, faz brotar Jesus de forma especial no coração de cada um e, através d’Ele, dar um sentido renovado às suas vidas. 
Estes jovens que vão inundar a JMJ de Cracóvia são os mesmos que a sociedade classifica como conformados e incapazes de se colocar a caminho. Mas eles, em qualquer parte do mundo, seja individualmente, em movimentos juvenis ou através de grupos paroquiais, estão-se a organizar para descobrir nesta experiência algo novo e fundante. 

São milhares os que trabalham para angariar fundos que permitam custear as despesas inerentes à JMJ. Mas os jovens não podem abdicar de uma outra ação, a preparação espiritual, algo que cada grupo tem vindo a fazer de acordo com a sua realidade. Esta preparação não deve ser secundarizada, pois é muito graças a ela que a experiência da JMJ desperta uma vida nova nos jovens. Sem ela é como caminhar no vazio ou semear em solo pedregoso. Assim, se a angariação de fundos permite deslocar-se até à JMJ, a caminhada espiritual dispõe o coração de cada participante para a sementeira que este encontro de jovens pode proporcionar, deixando vir até si Jesus.  

Ir à JMJ não chega, é preciso vivê-la de coração aberto para acolher as surpresas de Deus e depois regressar com vontade de colher o muito que lá se semeou, porque o “fruto que se colhe é sempre maior do que a semente que se plantou”. Por isso, torna-se importante fazer referência a todos aqueles que, mesmo não indo à JMJ, colaboram e participam da sua preparação nos respetivos grupos de jovens e movimentos. Todos aguardam com serenidade o regresso daqueles que vão viver tal acontecimento para, também eles, poderem saciar o coração.
Se dúvida que a JMJ é uma experiência em que se semeia a esperança das futuras gerações e se colhe o melhor do coração humano.

Do tej pory! (Até já em Polaco)

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Seja feita a tua vontade (by Hillary Scott & The Scott Family - Thy Will)


Quatro palavras que muitas vezes tentamos que façam sentido na nossa vida, mas acabamos por lhes ser muito resistentes.
"Seja feita a tua vontade"

Até já!

terça-feira, 31 de maio de 2016

Irmãos escolhidos para nós e por nós

Irmãos

Irmãs

Os irmãos são escolhidos para nós, nascem do amor e nele devem perdurar.
Quando se tem um irmão, tem-se o que é preciso para se crescer na primeira pessoa. 
Nesse percurso muito rapidamente passamos do plural para o singular, porque com os irmãos saímos do "nós" e chegamos ao "eu". 
É com os irmãos que, pela primeira vez, somos capazes de abraçar, de resmungar, de desabafar, de partilhar e reivindicar.
Com eles caímos, levantamo-nos, brincamos, sorrimos e choramos.
Com os irmãos é sempre mais fácil aprender a ser melhor, a aceitar o outro como parte de si e a superar o que nos quer quebrar.
Os irmãos caminham sempre a nosso lado, nunca se colocam à nossa frente nem atrás de nós, pois juntos somos primeira pessoa do plural.
Uma das coisas mais espetaculares entre irmãos é a capacidade de se completarem, como se de peças de um puzzle se tratasse. Acho que os irmãos são isso mesmo, peças que encaixam, apesar das imperfeições de cada um. 
Seria injusto evocar a maravilha que é ter irmãos se não dedicasse umas palavras aos que são escolhidos por nós. A esses chamamos de amigos e são muito especiais porque só eles têm a capacidade de nos cativar e de nos abraçar com a simplicidade do olhar. 
Ter pessoas assim é IR de MÃOS cheias para a vida e de coração preenchido de amor. 

Até já!

terça-feira, 24 de maio de 2016

Um pedaço de nós


E quando o céu precisa de um pedaço de nós?
Como ficamos?
Oito mil e trinta e cinco dias depois, o céu não devolveu à terra o que lhe roubou. Um dos seres humanos mais generosos que algum dia a habitou.
Mãe, esposa, filha, irmã, amiga, pessoa de coração de extraordinária beleza, capaz de tocar pelo olhar e de abraçar com o coração.
Referência para muitos e especial para tantos.
Quando o céu precisa de alguém assim, não pede licença, simplesmente vem e leva como se fosse seu.
Um assalto destes deixa a terra mais vazia e as pessoas que a ocupam também.
Vinte e dois é o número deste ano, tanto se pode ler da frente para trás, como de trás para a frente. Tal como no número, quem perde um pedaço de si desta maneira, revê os momentos de trás para a frente e da frente para trás e, neste vai e vem, apercebe-se que aquele pedaço que é seu e que o céu roubou, no final, lhe foi devolvido em igual proporção de amor e de saudade.
Quem assim se deixa esgotar, também um dia será roubado aos outros e, nesse dia, habitará por inteiro o céu e o pedaço que ele lhe roubou.

Até já! Afinal, quem nos é roubado nunca nos pertenceu, apenas é nosso aquilo que nos deu e faz sentir.

Heaven (by Carolina Deslandes)


How you use to hold me close
How you always felt like home 
And I know I feel alone
But there's an angel looking out


Até já! (Twenty two is a long time)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Reza a história que a 12 de maio ...

... de 2016 sofri um atentado de carinho, de surpresas, de recordações, de afetos, de doces, de ternura.
Não havia fuga possível. Foi por todos os lados, por telemóvel, olhos nos olhos, numa sala ou numa cantina, na rua e até em casa.
Tudo começou com o despertar ao som de "Under pressure (A Chill Out Tribute To Queen)" e uma dança tribal, que despertava qualquer um do sono mais profundo.
Se o sono era profundo o despertar era regado pelo primeiro abraço do dia e por um sentimento de privilégio imenso.
O secretário alerta-me para o que se avizinhava.
Saio de casa para ser feliz e começo a sentir-me mergulhada num amor imenso. Atentados destes deviam-se repetir a cada dia, a cada hora, a cada pessoa.


Nunca me senti merecedora de tanta manifestação de carinho.


Sobreviver a este dia foi ... bom, porque é isto que se leva para a vida.

Até já

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Ando farta destas imagens e desta sensação de paz "podre".
Deste medo que assombra qualquer rosto, desta falta de liberdade para olhar o outro, desta carência de humanidade no ser humano.
Isto é que é assustador, mais do que teimar virar gente contra gente, religião contra religião, povo contra povo, ... o coração humano que não se move e não é capaz praticar a sua humanidade.
Mas porque luta esta gente? Quem é o seu inimigo? Deus não é certamente.
Que clamam os que conduzem os países? Soberania, liberdade, ... ?
Andamos aqui todos com risquinhas na cara, a lamentar as vidas perdidas no coração da Europa, que são perdas da humanidade, e os outros? Sim, e os outros?
Quem chora por eles?
Quem é "Je suis" por eles?
Um coração que pára na Europa vale tanto quanto um que se perde mesmo às suas portas.
Esta gente só quer viver, porque não a deixam em paz? Porque não têm as suas cores pintadas nos edifícios mais emblemáticos deste mundo?
Talvez porque a humanidade não tem cor definida, nem bandeira atribuída.
É urgente que alguém grite bem alto: "Je Suis" pela humanidade, "Je suis" pelo amor.

Deixemo-nos transformar por a maior de todas as riquezas, o amor.

Até já! (Rezemos pelo centro do mundo, o coração humano)

quarta-feira, 20 de abril de 2016

quarta-feira, 16 de março de 2016

E= MC2

E=mc2 é uma equação da física moderna utilizada como parte da Teoria ou Princípio da Relatividade, desenvolvida pelo físico alemão Albert Einstein.


A famosa equação determina a relação da transformação da massa de um objeto em energia e vice-versa, sendo que "E" é a energia, "m" a massa e "c" é a velocidade da luz ao quadrado, considerada a única constante do Universo.

Sabendo que a velocidade da luz é de aproximadamente 300.000 km/s, a Teoria da Relatividade supõe que caso uma massa consiga superar a velocidade da luz, conseguiria ultrapassar a barreira do tempo e espaço.

Albert Einstein publicou em 1905 um artigo chamado "A Inércia de um corpo dependerá de seu conteúdo energético?", onde apresentou pela primeira vez a equação que define a relação de massa e energia.

Em comparação com os atuais padrões tecnológicos, uma "pequena" quantidade de massa, viajando no vácuo na velocidade da luz, produziria uma quantidade de energia muito "grande".

Exemplo: Se 10 quilogramas de massa fossem transformadas totalmente em energia, seria produzida uma quantidade de energia suficiente para evaporar toda a água da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

domingo, 13 de março de 2016

A sementeira, que germina e é colhida -Taizé [adaptado]

A comunidade de Taizé é aquele local que "Deus quis, o Homem sonhou e a obra nasceu" (Fernando Pessoa). Impulsionado pela vontade de Deus, surgiu o sonho do Irmão Roger, para quem era essencial criar um espaço “onde a bondade do coração e a simplicidade estivessem no centro de tudo”. O sonho concretizou-se nesta comunidade ecuménica, onde, jovens dos quatro cantos do mundo são desafiados a viver uma semana fundada no Evangelho, através da vida em comunidade, simplicidade, oração e silêncio. Em elevado número, alunos do Secundário de Viseu, Santarém, Coimbra, Aveiro, Porto, Sintra, Amadora, Braga, Lisboa, Guarda, Vila Real, Portalegre Castelo-Branco e Leiria-Fátima, responderam “sim” a este apelo juntando-se, no inicio da quaresma, a outros jovens vindos de França, Itália, Austrália, Polónia, Alemanha, Holanda, entre outros países.

Alguns destes alunos ainda hoje não sabem bem o que significaram aqueles dias, mas isso é extraordinário. E a resposta a esta genialidade vem da matemática, pois é das incógnitas que se chega à solução, às respostas que darão um sentido real para o que se viveu e sentiu. Uma coisa é certa, a surpresa invadiu muitos destes corações, deixando-os inquietos e serenos em simultâneo.

É bom rebobinar o filme e recordar que em cada manhã, antes de almoço e após o jantar, todos acorriam à oração em resposta aos sinos. Ou seria em resposta a algo mais? Muitos ainda hoje não sabem colocar em palavras porque é que rezar três vezes ao dia, em comunidade, foi tão bom e fácil. Sinceramente? Aqui as palavras são dispensáveis.
Mas a oração não fez tudo. Foram precisos os momentos de silêncio, que no início não eram nada fáceis, já que o pensamento teimava fugir para o que soava a inconveniente, "o que devo pensar?", "quando termina este momento, quero é cantar", "onde tenho a senha das refeições?", ..., mas com o tempo, o barulho da ausência das palavras foi-se dissipando e o silêncio até parecia querer tornar-se hábito. Alguém disse que silenciar o coração era fácil? Isto de dar voz a Deus e ser capaz de a escutar, precisa de tempo para preparar o espaço do coração.
Também os encontros, as conversas fortuitas e as partilhas nas reflexões bíblicas, foram sementeira. Quantas vezes eram capazes de se rever no que o outro dizia, ou no que o Evangelho anunciava. Chegava a ser espantoso, pela forma como cada som encaixava na vida de cada um.
Se só tivessem havido estes momentos, não teria chegado. Foram necessárias as cantorias no Oyak ou durante o dia. Tamanha alegria são imagem da semana e de tanto amor no coração.
Quanto às refeiçoes? Deixemo-nos de tretas, também elas falavam de simplicidade, por isso uma colher bastava. Tal como dormir em camaratas, no saco cama que cada um trouxe, não foi problema, nem a ausência de internet e de televisão. Esta ausência obrigou cada um a olhar o outro nos olhos e a contemplar cada momento como único.
Podendo parecer fácil, foi uma semana que exigiu um desprendimento dos enfeites e das distrações do dia-a-dia. Ainda assim, estes jovens foram capazes de se abandonar ao que a semana lhes oferecia, conseguindo partilhar de um pedacinho da experiência de deserto com Jesus.
Nos primeiros dias podiam-se ver alguns corações um pouco perdidos, pois estavam a descobrir o lugar, as rotinas e a simplicidade. O silêncio e a oração pareciam ser uma novidade, mas cada um, a seu ritmo, encontrou o seu espaço e deixou que o pouco conduzisse ao essencial. E foi aqui que cada um começou a fazer um caminho pessoal e distinto de todos os outros. Foi aqui que a sementeira começou a germinar.

Pegando na expressão de Fernando Pessoa, e já que este post é a adaptação de outro, porque não dizer que Deus semeou, os "miúdos" cuidaram (cuidam) e o mundo colherá? [Também os "graúdos" estavam como os "miúdos"]
Olhando para trás, passado um mês desde o regresso, revejo esta experiência como se de uma parábola cheia de vida e significado se tratasse. Como uma história cuja pedagogia amolece os corações mais duros e enriquece os mais voláteis. O que ali se via não eram corações estacionados, mas que palpitavam e permaneciam em "ponto morto" a absorver o máximo. Mas também será verdade constatar que se sustinham num impasse, quando cada um tentava saber o que fazer com tanto que estava a viver. 

Estes jovens fizeram uma peregrinação pessoal com e para Deus, e se para uns resultou numa experiência de Deus, para outros, poderá ter sido um despertar para o encontro pessoal com Jesus, muito através dos outros, do Evangelho e do modo de vida simples da comunidade de Taizé. Esta semana tocou cada um de modo diferente e suscitou uma experiência pessoal e transformadora.

Na viagem de regresso os alunos puderam partilhar um pouco da sua semana. Se alguns destacaram a simplicidade e a surpresa que foi a oração, outros houve que valorizaram o convívio entre todos, a paz e a serenidade que experimentaram, o facto de sentirem ter crescido na fé e de o perdão passar a ter um significado novo nas suas vidas. Este momento de partilha revelou-se muito enriquecedor, já que o que cada um sentia não era assim tão diferente dos outros, no entanto, o caminho para lá chegar foi, e continua a ser, pessoal.

Taizé é apenas um lugar, mas o que se lá vive é muito especial e profundo. Ir lá só faz sentido quando se regressa, pois é cá, na família, na escola e com os amigos, que cada um tem que ser o “rosto de Jesus”, através de gestos concretos e de um testemunho cheio de alegria. Então, se desta semana se fizer a sementeira, deixando germinar de uma experiência um encontro que terá frutos, quais serão colhidos no futuro?
Agora é o tempo de fazer crescer o que foi semeado para, na altura certa, alguém colher os frutos, porque outras sementeiras se avizinham e aí, é tempo da lavoura e preparar o terreno, que é o coração, para novas sementes acolher. Será assim toda a vida.


Até já! [ Este texto foi adaptado do post de 20 de fevereiro - "Uma semana, uma experiência, um encontro - Taizé"]



quinta-feira, 10 de março de 2016

não pedir desculpa, mas agradecer invés.
Palavras que soam a barulho são as que vêm do vazio. Já as que berram melodia, vêm do coração.

Levar para a vida - Taizé



Ninguém pode levar tudo e todos para casa, mas todos podem levar alguma coisa e alguém para a vida.


Até já!

quarta-feira, 9 de março de 2016

This is your fight song (by Piano Guys)


Inspirador.

Até já! (Versão original de Rachel Platten)

Mãos cheias

No meu bairro, todos os dias em que o sol espreita se repete esta imagem.
Que doçura de passeio.
Aquelas mãos estão tão cheias de tudo.
Receio o dia em que uma das mãos seja roubada, em que só veja um a passear de mãos cheias de nada.

Até já! O casal Up-Altamente do meu bairro, uma inspiração. Que muitos saibam ser assim uma vida inteira.

terça-feira, 8 de março de 2016

Olhar de longe e ver-me e rever-me em cada passo

Gota

Gota teimosa que evita o rio para não chegar ao mar, mas é lá que vai dar, porque tu fazes parte do rio e a ti te pertence.
Quando se foge de si, evita-se o que lhe pertence.
Quando pensas que é aos outros que enganas, é a ti
Nem todos os reflexos eram de si, mas do que a gota fazia.
Falaram-me de SAUDADE ... senti-a como ser amada às distância e projetar o amor para longe.
Nesta "coisa" do amor não há longe nem distância, prevalece o bom sentimento de sermos parte do coração de alguém, seja onde for, sem que a barreira do tempo se interponha como obstáculo, mas como vontade, cada vez mais crescente, de se sentir amado.
Se sinto a SAUDADE é porque sou amada e porque amo, isso é um dom que vai ajudar a secar as lágrimas e deixará o coração com a boa sensação de que um dia vai haver um reencontro.
Na SAUDADE não há longe nem distância, simplesmente há este sentimento de querer estar juntos.
Quando a saudade não cabe no coração transborda pelos olhos.

Até já. Com muitas saudades de algumas pessoas.
Há gotas e gotas.
Há as que enchem o oceano e o esvaziam.
Há as que passam ao lado e as que se lançam na corrente.
A última que conheci, tudo fazia para mostrar que sabia por onde ia ... mas não era a ssim, pois julgando-se à boleia da onda, era arrastada por ela, julgando-se capaz de

Nem todos os reflexos eram teflexis de si, mas do que a gota fazia

A gota sabia que a vida lhe oferecia um sentido, esse sentido era o de ida.

O caminho

Hoje ouvi falar do caminho de Santiago, mas na realidade o que ouvi foi um pedaço da vida de alguém.

Pedagogia do amor - Taizé

É fantástico como todos os Icons nos falam de amor. Daquele amor de querer o bem do outro.
São muitos os que se podem rezar na igreja de Taizé, mas fico retida no da Misericórdia. Nele é retratada a Parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 30-37)
Olhar para aquela Parábola e rezar aquela história, deixa-me maravilhada. A pedagogia que Jesus utiliza é tão cheia de mistério. 
Jesus usa e abusa da pedagogia do amor, sim do amor que é querer o bem do outro. Para além desta, Jesus deixa abundar a pedagogia do olhar. Nesta história, o Samaritano reveste-se do olhar de Jesus e é tão o Seu rosto.
Olho à minha volta e entro na cena. Aí me perco!
Ao contemplar aquelas imagens revejo-me em tantas delas. Já estive caída, já fui Sacerdote e Levita. E Samaritano? Samaritano também, mas não tantas vezes quantas podia ter sido.
É neste momento que me detenho em tudo o que acontece à minha volta e no barulho provocado por tantos passares ao lado, de tantos fazer vista grossa, de tantos seguir em frente ignorando o outro e fazendo-o sentir-se inferior, de tanta indiferença.
A questão, "e quem é o meu próximo?", dá lugar a uma outra, o que faço ao meu próximo? O que fazemos ao nosso próximo? 
É tão fácil apontar erros aos outros e distanciar-se do gesto do Samaritano que vive aquela história, olhando o outro nos olhos e acolhendo-o num abraço. Como se não bastasse, ainda cuida dele. 
Todos nós somos feitos de remendos, erramos e não é pouco. Quantas vezes nada fazemos para tornar a vida de quem se cruza connosco um bocadinho melhor.  Então a cena repete-se. Qual cena? A de passar ao lado, de fazer vista grossa, de seguir em frente ignorando o outro e fazendo-o sentir-se inferior, aquela cena da indiferença.

Não chega conhecer, é preciso fazer abundar a pedagogia de Jesus, a que nos convida a olhar, a abraçar, a acolher, a cuidar e a amar. 
Amar como? Querendo o bem do meu próximo.
.

Até já! Quantos não deveriam ter passado por nós e, em vez de apontar o erro, o nosso erro, nos tivessem olhado nos olhos e abraçado? Talvez hoje fossemos um bocadinho melhores.

oração de Taizé versos cá

Tanto o Everest como a Serra da Estrela/ Pirineus, são montanhas, mas seria um erro compará-las.
Apesar disso, em ambas podemos desfrutar da beleza, da luz, dos sons, diferentes, mas igualmente belos. Ou seja, o que se tira desse gesto contemplativo é distinto.
E ainda se tenta comparar a oração em Taizé e a oração com canticos de Taizé. Ambas são orações, mas seria um erro compará-las.
Na verdade, nunca, seja qual for o lugar, é possível ter orações iguais, como se isso se medisse, porque cada uma delas nos diz coisas diferentes.
A oração cá é bem diferente da oração em Taizé, o que é normal. Não é uma imitação, não pode ser, porque a oração é sempre original, por isso qualquer uma delas é cheia de novidade. Abra-se o coração para acolher tamanha beleza. O que a faz "funcionar" é trazer dela o melhor, seja onde for, seja como for.

Até já! 


O que se reza - Taizé

Muito do que se reza fica na oração, em vez de converter o coração à ação.

Até já!

segunda-feira, 7 de março de 2016

Sabedoria


As palavras pouco têm de sabedoria. 
Sábias são as experiências e o que delas se tira para a vida.

Até já

domingo, 6 de março de 2016

O despertar de Deus - Taizé

Todas as manhãs se ouvia bater à porta. 
Era hora de despertar e de sair da cama, um novo dia estava à espera.
Em cada amanhecer repetia-se o ritual e nele, o rosto de quem por aquele quarto entrava. Também os olhares ensonados eram os mesmos, bem como o desejo de que esse acordar fosse dócil e sereno.
Apesar de todas as manhãs o sono ficar em suspenso, cada alvorada era diferente, porque cada uma oferecia um novo dia, cheio de oportunidades, descobertas e encontros.
O dia surgia como um presente por desembrulhar e que, a cada amanhecer, começava a desvendar-se.
Mas o ritual não se ficava por aqui, já que no final do dia, noite cerrada, a cena se invertia, era hora de adormecer o dia e de, num fechar de olhos, descansar.
Para quem habitava aquele espaço, era sempre o mesmo rosto e o mesmo olhar que via no principio e no fim do dia, mas para quem aquela porta fechava, o que ficava eram os sorrisos, por vezes tímidos, mas que guardavam um grande encanto.

Pensando bem, este cenário suscita um mistério que parece exceder o simples mover olhos e portas. Não é de um simples sono que cada um é desafiado a despertar diariamente. 
Na realidade, todas as manhãs alguém bate à porta do coração de cada ser humano, no desejo mais profundo que se abra para a vida e para os outros.
Um despertar assim, é um abre olhos para as surpresas de Deus, O residente mais translucido da vida de cada um. Tudo porque n'Ele é mais fácil deixar transparecer a bondade e a paz do coração. 
O simples gesto, bater na "porta", revela o mais profundo desejo d'Ele para que cada um acorde para as Suas surpresas, para que desperte para a vida. 
Tal como no quarto todas as manhãs entrava o mesmo rosto, o que entra no coração é sempre o rosto de Deus, mesmo alguns não O reconhecendo como tal. Este acolhimento acontece muito através dos outros, da simplicidade e do silêncio. O despertar de Deus é sempre dócil, sereno, e pode perpetuar-se ao longo da vida. 
Cada alvorada de Deus é diferente, porque cada uma permite saltar para um novo dia, cheio de oportunidades, descobertas e encontros.
Também a noite para Deus faz sentido, pois é quando se "adormece o dia" que os sonhos começam a desenhar o projeto de cada um com sentido renovado.
Cada dia se pode tornar numa provocação para que cada um se deixe tocar e comover nos gestos, nos olhares e nas conversas.

Este acordar de que vos falo pretende despertar para uma vida nova, transformada e transformadora. Afinal de contas, por cada coração que se desperta, que se comove, se abre para as surpresas de Deus ... o sol brilha mais forte.
Até já!




sábado, 5 de março de 2016

Optar pelo bem - Amor


Para amar não é necessário gostar do outro, mas sim querer-lhe bem. Ou seja, eu até posso não gostar de alguém, mas amo esse alguém na medida em que lhe queira bem.

O amor é exigente, não é? Afinal, ele apenas resulta de uma opção pelo bem.
Até já!

quarta-feira, 2 de março de 2016

Viver da força do perdão - Taizé

Quaresma, conversão e Evangelho. Eis as três palavras que surgem do pó, nesta quarta-feira de cinzas.
É verdade que vêm com três semanas de atraso, mas as palavas quaresma, conversão e Evangelho, permanecem, ou pelo menos deviam permanecer, bem presentes na memória de cada um.

Com as palavras "Convertei-vos e crede no Evangelho", cada um se deixa marcar por uma cruz de pó. Sim, é uma marca de cinzas que fica, para que cada um se lembre que aquele momento convida a viver a quaresma como uma transformação interior, como uma conversão do coração.
Que conversão é esta?
Uma conversão que provenha da abstinência de atos egoístas e do fechamento em si, e se passe a refletir no acolhimento do outro.
Uma transformação que resulte, tal como Papa Francisco lembra, de um jejum de pessimismo, de palavras negativas, de descontentamento e de raiva.
Uma mudança que brote do coração e jorre atos de amor.
"Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás", mas se ao pó chamares amor, então, cada um é convidado a lembrar-se que é amor e que ao amor voltará, porque, tal como o pó, o amor é frágil, e é na fragilidade humana que cada um deixa transparecer as mudanças que precisa deixar acontecer para ser feliz.
Esta marca de pó abre o coração ao perdão e ao que de melhor cada um tem. Quaresma são quarenta dias de um caminho, por vezes penoso, que ajuda a centrar-se no essencial, ou seja, no amor.

Para além da imposição das cinzas, desta noite destaca-se a cruz que cada um desenha na mão do outro e que o outro desenha na mão de cada um. É um simples sinal com valor simbólico extraordinário, já que propõe a cada um que acrescente ao seu projeto de vida um compromisso de viver da força do perdão.

Aquela cruz foi um momento de acolhimento no coração do outro, algo que só é possível pelo amor que o Evangelho anuncia.
Assim, de uma noite feita de símbolos, sinais e gestos, nunca é demais recordar, que este dia desafia a uma conversão ao amor.

Até já! (Essa cruz na mão, pode querer dizer que o amor é exigente e se revela em ações concretas.) 

terça-feira, 1 de março de 2016

Self-service versus take-away - Taizé

Olhar para Taizé e comparar a experiência de uma semana com um self-service ou um take-away pode parecer inadequado, mas não é descabido.
Ora vejamos! Ir a Taizé não é como ir a um self-service, em que cada um se serve do que quer, quando quer, como quer. Por outras palavras, em que cada um decide pôr em prática um projeto centrado em si, escolhendo quando rir, quando chorar, o que sentir, quando e quem abraçar, ..., tudo isto são coisas que não devem sair de si de forma controlada, se assim for, está a condicionar-se experiência e a viver o seu plano e não o que Deus tem sonhado para si. É aqui que entra o take-away.
Numa semana em Taizé cada um tem a possibilidade de pegar no que Deus lhe concede/ desperta no coração, e levar isso para casa. 
Em Taizé não és tu que te serves, é Deus quem te dá tudo pela oração, a simplicidade, os olhares, as conversas, os gestos e o silêncio. É Ele que te toca, por isso, para que Deus te sirva o que mais precisas, tens de Lhe dar espaço e ser capaz de O acolher.

Enquanto take-away, cada um chega, pára e é convidado a fazer uma viagem ao coração, à sua vida e à vida dos que lhe são importantes. E é aqui que Deus entra, como se de um drive-in se tratasse. É aqui que Deus faz "estragos" à dieta do amor e lhe junta novos nutrientes, bem saudáveis, como a generosidade, a misericórdia, o perdão, a alegria, ... .
Se no self-service cada um apenas se centra no projeto que quer para si, não deixando que nesse "serviço" entre Deus de forma clara, no take-away cada um é capaz de acolher o projeto que Deus tem para si e que se vai concretizar quando regressa a casa. Será um projeto em que cada um participa com sentido renovado e reforçado.

Ao fazer esta analogia não se está a dizer que Taizé é como uma cadeia de restaurantes, mas que alimenta muitos corações, alimenta.

Até já! (Há quem acrescente drive- through ou o gourmet ... cada um use  a imaginação) 


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A melhor parte da viagem - Taizé

Já quase chegados a casa surge a surpresa de onde menos se espera e vem de quem nos conduzia. Pensávamos nós que apenas nos trazia em segurança para casa, mas aconteceu mais do que isso.
De forma espontânea surge a partilha do motorista do autocarro, de seu nome "H", também ele encantado com os Km's que lhe calharam. 
Dizia ele que lhe tinha calhado a melhor parte da viagem.
Tinha estado atento ao ambiente e às palavras que se multiplicavam nas colunas do autocarro, e estava maravilhado com as coisas que ouvira, pois sentia nelas sinceridade e muita alegria. 
Ele dizia que os miúdos estavam felizes e que tinham conquistado essa felicidade de forma tão simples. Como era possível rezar várias vezes ao dia, comer o que não estavam habituados, dormir em saco cama, sem internet e acabar por dizer aquelas coisas tão sinceras? Eles falavam de Deus como se o tivessem encontrado.
Quando demos por ela o Sr. "H" estava a falar da sua vida e de como nela já tinha sentido Deus.
Escutar as palavras do Sr. "H" foi tão especial e tornou o regresso mais sentido.
Quer queiramos, quer não, a melhor parte da viagem é o regresso e o voltar para onde somos precisos, com aquilo que conquistamos.
Até já!




domingo, 28 de fevereiro de 2016

Começa a aventura - Taizé

Ser chamado a regressar naquele dia, até custa um bocadinho, mas é bom voltar para os nossos, para os que nos amam e precisam de nós. 
É verdade que deixar para trás aquela aldeia, o que lá se viveu e sentiu, chega a prender-nos à ilusão que ficar é que era bom, mas não é assim que tem de ser. 
Será exigente permanecer com aquela paz e alegria que se encontrou durante a semana, mas é aí que começa a aventura. 
É em casa que tudo faz sentido e que tudo ganha forma, é com a família, os amigos e os colegas que somos precisos e existimos no dia-a-dia.
Desengane-se quem pensa que ficar lá seria perfeito, pois não existe tal coisa. 
O que cada um trouxe de lá passa, agora, a ser mais preciso cá.

Até já!

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Uma "chama" que convida a ser feliz - Taizé

É sábado e só hoje a semana parece fazer sentido. Tudo nela prepara a chegada deste momento, em que de uma simples vela se faz crescer uma luz que contagia os corações de um igreja inteira.
Quando ela se acende, cada um se sabe pronto para se fazer à estrada, pois se o que iluminava o seu coração era a escuridão, hoje ele é habitado por uma "chama" que convida ao amor e a ser feliz.
Na realidade, naquele momento, não é uma vela que se incendeia, mas o coração de cada um.
Quando aquela luz, que vem do outro, se encontra com a vela apagada de cada um, dá-se um milagre que a anima e preenche o coração com amor e alegria.
Aquele clarão suscita o encontro mais sereno destes dias. Cada um é invadido por uma calma muito "estranha" e a sensação de "estar preparado para ir", de se colocar a caminho.
Cada luz tem um significado que pertence a quem a segura e a "reza" num processo contemplativo de grande intimidade com Deus.
Por vezes é grande a luta para manter vivo aquele brilho, surgindo a interrogação: se para aguentar a minha chama acesa em Taizé não é tarefa fácil, como fazer em casa e na minha vida?

Até já! (Fica o desejo que haja luz no caminho de cada um, sim, aquela luz que partiu de "Um" e tocou a todos)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A noite mais silenciosa da semana - Taizé

A caminhar para o regresso, surge a noite mais silenciosa da semana, aquela que propõe uma renovação. 
É a noite em que as palavras dão lugar ao pensamento, ao abandono, à entrega e ao abraço.
Tocar aquela cruz é muito mais do que contacto, é colocar-se diante de Jesus e abrir-lhe o coração. É criar espaço para Ele e colocá-Lo no centro.
É um momento em que, para além de O escutar, se faz ouvir a voz de cada um com palavras do coração.
Ele contigo e tu com Ele, e no espaço deixado por cada um, fica O abraço, aquele que suporta, acolhe e envia ... hoje só faz sentido assim.
Até já!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O que ali se respirava era Deus - Taizé

Aquela quinta feira não foi igual às que costumamos passar quando estamos em casa.

Naquela, em particular, o tempo parecia andar mais rápido. Não era o relógio que dava as horas, mas sim os sinos. Cada vez que tocavam, eram horas que o mundo avançava ... o mundo de cada um. 
Já se podiam escutar expressões como, "está quase a acabar" ou "está a chegar ao fim", mas o fim de uma coisa é o inicio de outra, por isso, há que viver uma (o fim) e preparar a outra (o principio).
Ecoavam, ainda, naqueles corações pensamentos que desejavam que rezar em casa fosse tão "fácil", e até pode ser, basta que cada um se coloque diante de Jesus e o escute. E que fosse tão "bonito" como ali, o que é, pois em Taizé ou em qualquer lugar, cada um fica a sós com Deus e esse momento é tão cheio de surpresa e beleza. 
Mas escutá-Lo não é assim tão fácil. Porquê? Basta que cada um O queira ouvir.
Naquela quinta-feira, os abraços davam lugar a olhos "esbugalhados" que tentavam captar o máximo de Deus. Sim, de Deus? Porque o que ali se respirava era Deus. Aquele Deus Amor, que acolhe e te abraça. Tudo, naquela quinta-feira nos começava a falar de Deus de forma mais clara. 
Cada um podia encontrar Deus, mesmo sem se aperceber. Deus estava presente no silêncio, na oração, na alegria, nos olhares, nos gestos, no vento, na chuva, nas lágrimas, nas fotos, nos postais e nas conversas. 
Mas Deus não estava sozinho. Jesus sempre ali esteve na cruz e no Sacrário e o Espírito Santo naquela brisa que se escutava durante o silêncio.

Até já!(Saltei as Cinzas ... está a ser difícil encontrar as palavras)


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Silenciar as palavras - Taizé

Ora chove, ora faz sol ... assim vai a terça feira.
Tal como no exterior, a oscilação meteorológica parece refletir-se no coração de cada um. 
Muitos não sabem para que estão ali. Mais do que um ciclone de ideias e sentimentos, há um tsunami a inundá-los e a varrer os seus corações, levando-os a questionar tantas e tantas coisas que tinham como certas. 

Nem tudo o que se vê parece duradouro, nem tudo o que se sente parece real.  

Cada momento deve ser tido como um desafio constante, desejo continuado de que o que não parece ser para sempre, perdure no tempo, e o que suscita dúvidas de ser real, passe a ser parte de cada um.
Acolher o outro, pode ser um caminho, mas não chega. Há que desejar que algo transformante aconteça e que se concretize num sentido pessoal na vida de cada um.
Quem ainda tem o coração fechado, tem a possibilidade de o "escancarar" para algo novo. É o momento de silenciar as palavras, para melhor escutar o essencial.
Até já! (Deus fala na brisa do silêncio. [obrigada C.])

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O primeiro dia da semana abre portas à transformação - Taizé

Ouve-se falar em criar novos amigos, em passar uma semana diferente, em desligar da rotina diária, mas falta o que faz esta semana levedar, falta o que nos chama àquele lugar e incluir Jesus na lista dos "novos" amigos.

Para alguns, Esse amigo não será uma novidade, mas nesta semana reencontra-O na simplicidade, no silêncio, nas conversas, nos abraços e na oração.

O primeiro dia da semana abre portas à transformação que vai acontecendo no coração de cada um, a cada momento.

Se a segunda feira é o dia para desacelerar, fica o desejo que os próximos sirvam para tocar o essencial, encontrar um lugar novo no mundo e dar espaço às surpresas de Deus.
Até já!

domingo, 21 de fevereiro de 2016

A chegada - Taizé

A chegada é sempre cheia de novidade. 
Embora o lugar seja o mesmo, tu estás diferente, outros te acompanham e Deus poderá surpreender-te e falar-te com outras "palavras".
Fica atento, silencia o coração e coloca-te à escuta.
À chegada fica disponível para descobrires algo de novo em ti e para ti.

(...)

Até já!


sábado, 20 de fevereiro de 2016

Uma semana, uma experiência e um encontro - Taizé

Muito poderia dizer dos dias 6 e 14 de fevereiro de 2016, mas escolhi estas palavras:

Na semana que marcou o início da Quaresma, e enquadrada numa iniciativa do Secretariado da Educação Cristã e da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, um grupo de cerca de 433 alunos e professores do Ensino Secundário, da Diocese de Viseu, colocaram-se a caminho da Comunidade de Taizé, no sul de França, onde estiveram durante sete dias. Num total de oito autocarros, foram alunos das Escolas Secundárias Alves Martins (Viseu), Emídio Navarro (Viseu), Mangualde, Oliveira de Frades, Tondela (Tomaz Ribeiro), Viriato (Viseu), Vouzela/ Campia, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul e Satão.

Taizé é aquele lugar que "Deus quis, o Homem sonhou e a obra nasceu" (Fernando Pessoa). Impulsionado pela vontade de Deus, surgiu o sonho do Irmão Roger, para quem era essencial criar um espaço “onde a bondade do coração e a simplicidade estivessem no centro de tudo”. O sonho concretizou-se nesta Comunidade Ecuménica, onde, jovens dos quatro cantos do mundo são desafiados a viver uma semana fundada no Evangelho, através da vida em comunidade, simplicidade, oração e silêncio. 

Em elevado número, alunos das Escolas Secundárias de Viseu responderam “sim” a este apelo, juntando-se a mais de mil portugueses e a outros jovens vindos de França, Itália, Austrália, Polónia, Alemanha, Holanda, entre outros países. Grande parte destes alunos foi surpreendida pelo facto de, com tão pouco, ser possível acolher felicidade tão autêntica nos seus corações. 

Logo pela manhã, antes de almoço e após o jantar, todos foram chamados à oração pelas badaladas dos sinos. Sim, contaram bem, os “miúdos” rezaram três vezes ao dia na igreja da reconciliação o que, para alguns, ainda assim, pareceu pouco. Mas não se ficaram pela oração, viveram momentos de silêncio, partilharam de uma reflexão bíblica diária, em pequenos grupos, e tiveram um espaço onde puderam fazer festa. Para as refeições, também elas simples, uma colher bastava. Dormiram em camaratas, no saco cama que cada um trouxe, e não se ouvia dizer que sentiam falta de internet e da televisão.

Podendo parecer fácil, foi uma semana que exigiu um desprendimento do materialismo, dos enfeites e das distrações do dia-a-dia. Mas graças a este abandono, estes jovens tiveram a possibilidade de partilhar de um pedacinho da experiência do deserto com Jesus.

Nos primeiros dias podiam-se ver os nossos meninos um pouco “perdidos”, pois estavam a descobrir o lugar, as rotinas e a simplicidade. O silêncio e a oração pareciam ser uma novidade, mas cada um, a seu ritmo, encontrou o seu espaço e deixou que o pouco conduzisse ao essencial. E foi aqui que cada um começou a fazer um caminho pessoal e distinto de todos os outros. Foi-lhes apresentado um amigo especial e proposto que, com Ele, fizessem um encontro pessoal.

Este grupo de alunos fez uma peregrinação pessoal com e para Deus. Se para uns resultou numa experiência de Deus, para outros, poderá ter sido um acordar para Deus, um despertar para o encontro pessoal com Jesus, muito através dos outros, do Evangelho e do modo de vida simples da Comunidade de Taizé. Esta semana tocou cada um de modo diferente e suscitou uma experiência pessoal e transformadora.

Na viagem de regresso os alunos puderam partilhar um pouco da sua semana. Se alguns destacaram a simplicidade e a surpresa que foi a oração, outros houve que valorizaram o convívio entre todos, a paz e a serenidade que experimentaram, o facto de sentirem ter crescido na fé e de o perdão passar a ter um significado novo nas suas vidas. Este momento de partilha revelou-se muito enriquecedor, já que o que cada um sentia não era assim tão diferente dos outros, no entanto, o caminho para lá chegar foi, e continua a ser, pessoal.

Taizé é apenas um lugar, mas o que se lá vive é muito especial e profundo. Ir lá só faz sentido quando se regressa, pois é cá, na família, na escola e com os amigos, que cada um tem que ser o “rosto de Jesus”, através de gestos concretos, de um testemunho de alegria e paz. 

Até já! (Tantas palavras sobre uma semana em Taizé e parecem insuficientes )

Nos primeiros dias - Taizé

Nos primeiros dias podiam-se ver jovens um pouco “perdidos”, pois estavam a descobrir o lugar, as rotinas, a simplicidade. O silêncio e a oração parecia ser uma novidade, até que cada um achou o seu espaço e deixou que o pouco conduzisse ao essencial. E foi aqui que cada um começou a fazer um caminho pessoal e distinto de todos os outros. Foi-lhes apresentado um amigo especial e proposto que, com Ele, fizessem um encontro pessoal. Cada um se pôde colocar diante de Jesus e reconhecer n’Ele um companheiro de viagem e um amigo, criando um espaço para Ele nas suas vidas.
Até já!